Futebol

Retrospectiva do ano de 2021 do Vasco

A ano de 2021 só não é para ser esquecido pois serve de exemplo para nunca mais se repetir no Vasco. Com erros em série dentro e fora de campo que culminaram com a permanência na Série B, o clube de São Januário viveu a pior temporada da sua história.

O 10º lugar no Brasileiro não foi o único fracasso. Antes dele, o Vasco foi apenas o quinto no Carioca e caiu nas oitavas da Copa do Brasil. O ano também ficou marcado pelo fim do jejum de vitória sobre o Flamengo, a homenagem ao movimento LGBTQIA+ e a despedida de Cano.

A humilhação na Série B

O Vasco nunca esteve próximo de conquistar o acesso à Série A. Jamais ingressou no G-4, teve mais derrotas do que vitórias (15 a 13) e terminou a competição com saldo negativo de nove gols. Traçou a quinta disputa de Série B em 2022 com convicção.

A goleada de 4 a sofrida diante do Botafogo, em São Januário, tratou de por fim ao sonho vascaíno de regressar à elite. Àquela altura, o time era comandando por Fernando Diniz (o terceiro técnico no ano) e tinha em Nenê (o único reforço que deu resultado) a esperança. Não deu certo.

Com tropeços em casa para rivais e menor expressão, derrotas com placares elásticos e vitórias que jamais convenceram, o Vasco terminou a competição 15 pontos atrás do Avaí, o último classificado para a Série A. Foi vergonhoso.

Elenco mal formado e trocas de técnicos

Após o quarto rebaixamento, algo consumado pela 17ª posição no Brasileirão de 2020, o Vasco tratou de reformular o elenco. Não manteve Vanderlei Luxemburgo e apostou em Marcelo Cabo, técnico com título e experiência na Série B. Jogadores como Fernando Miguel e Pikachu, destaque em anos anteriores, acertaram a saída do clube.

Sob o comando de Alexandre Pássaro, o Vasco fez 13 contratações. A aposta foi em jogadores com experiência na Série A e em busca de retomada da carreira. Apenas Nenê vingou. Com a falta de desempenho e resultado, ficou nítida a necessidade de correção de rota, o que não foi feito.

O clube apenas trocou de treinador. Cabo deu lugar a Lisca, que deu lugar a Fernando Diniz, que deu lugar ao interino Fábio Cortez. Todos mantiveram a mesma rotina: fragilidade defensiva e ofensiva.

Vitória sobre o Flamengo no Carioca

O 3 a 1 sobre o Flamengo, em 15 de abril, pelo Carioca, encerrou uma série de 17 jogos sem vitória sobre o rival. Até então, o último triunfo havia sido em 2016.

Apesar do resultado, o Vasco fez má campanha no campeonato estadual. Terminou em quinto lugar. Conquistou a Taça Rio, disputada apenas pelas equipes que foram eliminadas precocemente. Na Copa do Brasil, o Vasco foi eliminado pelo São Paulo nas oitavas de final.

Venda de Talles e outras negociações

Talles Magno, a cria da base que mais despertou esperança nos últimos anos, foi vendido ao New York City FC, dois Estados Unidos. Então com 18 anos, o atacante rendeu R$ 42 milhões - se ele atingir metas estabelecidas, o negócio pode render R$ 63 milhões no total.

O Vasco também vendeu o atacante Arthur Sales, de 19 anos, ao Lommel SK, da Bélgica, por R$ 15,4 milhões e o zagueiro Ricardo Graça, 24 anos, ao Jubilo Iwata, do Japão, por R$ 8,5 milhões.

Com o dinheiro das negociações, o clube pagou salários e dívidas. A saída de Talles permitiu comprar os direitos de duas promessas, MT e Galarza.

A homenagem ao movimento LGTBQIA+

Se fez feio dentro de campo, o Vasco protagonizou homenagem ao movimento LGBTQIA+. Atuou contra o Brusque com uniforme com as cores do arco-íris. Além disso, Cano, ao comemorar gol na partida, levantou a bandeira que simboliza a causa.

Cano levanta a bandeira do arco-íris ao comemorar gol da vitória do Vasco sobre o Brusque — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

Despedida de Cano

Cano se despediu do Vasco após a segunda temporada no clube. Ele atuou em 101 jogos e deu quatro assistências e marcou 43 gols. Este número o fez se tornar o maior goleador estrangeiro do clube no século 21 - considerando toda a história vascaína, o argentino aparece na segunda colocação entre os estrangeiros.

Dificuldades financeiras

Em mais uma temporada, o Vasco conviveu com dificuldades financeiras. A gestão de Jorge Salgado, que assumiu em janeiro, após determinação judicial, revisou o balanço e anunciou aumento da dívida, que chegou em R$ 832 milhões.

Em março, o clube anunciou a demissão de 186 funcionários, um caso que até hoje é alvo de reclamação. Os salários sofreram atraso em toda a temporada. Atualmente, o débito a jogadores e funcionários engloba novembro e o 13º. A direção aumentou a receita de patrocínios, fechou acordos de renegociação da dívida e aposta no projeto do clube-empresa para aumentar os invesrtimentos no futebol.

Protestos variados

A falta de resultados em campo gerou muitos protestos. Apesar da proibição de público no estádio por muito tempo, algo imposto para tentar diminuir o efeito da ela pandemia, os vascaínos usaram as redes sociais para demonstrar a sua insatisfação.

Houve invasão da sala da presidência em São Januário, um episódio que não resultou em agressões, por exemplo. caso do transporte de troféus de forma inadequada também irritou a torcida.

Fonte: ge