Renato sem meias-palavras: Já sou um ídolo no Vasco

Renato vence a desconfiança da torcida após a classificação para a final da Copa do Brasil e agora busca a liderança do Brasileiro

Quando chegou a São Januário para assumir o comando do time do Vasco, no dia 18 de julho de 2005, Renato Gaúcho foi visto com desconfiança por causa de seu passado ligado ao eterno rival Flamengo. Em sua primeira entrevista assim que tomou posse do cargo, o treinador reconheceu a dificuldade, mas disse que se tornaria ídolo da torcida. Hoje, quase um ano depois, ele acredita ter atingido o seu objetivo.

- Cheguei cheio de desconfiança e hoje me sinto ídolo. Se não fosse, a torcida não gritaria meu nome em todos os jogos - disse o treinador.

Você tem idéia do feito que conseguiu ao levar o Vasco para uma inédita final de Copa do Brasil?

\"Sinceramente, a ficha ainda não caiu. Depois do jogo, foi uma loucura, um monte de gente com a camisa do Vasco me abraçando. Sei que eu e o time fizemos a torcida do Vasco feliz e isso me deixa com o sentimento do dever cumprido. Mas ainda temos a final\".

Você ainda não conseguiu ser campeão com o Vasco, mas o seu balanço no clube é positivo...

\"Quebrei várias barreiras. Não conquistei títulos ainda, mas no ano passado todos diziam que o Vasco ia cair e nós chegamos à Sul-Americana. Agora, estamos em uma final de Copa do Brasil. E para fechar, consegui mostrar que não estou trabalhando como técnico de futebol só por causa da amizade com o Romário. Ele me ajudou muito, mas consegui quebrar isso\".

Mas é inegável que o Vasco sem Romário tem um rendimento muito melhor. A saída dele te ajudou?

\"Claro que não. O Romário ainda é um jogador sensacional e se estivesse aqui estaria nos ajudando. Ano passado, ele foi artilheiro do Brasileiro. Isso diz tudo\".

Quando você chegou ao Vasco, disse que se tornaria ídolo. Acha que conseguiu?

\"Já me considero um ídolo, sim. Se não fosse, a torcida não gritaria meu nome em todos os jogos\".

Qual é o maior mérito da sua equipe?

\"Consegui colocar o Vasco com a minha cara. Um time guerreiro, que corre os 90 minutos. E a resposta está aí\".

Você acha que conseguiu dar um nó tático no Oswaldo de Oliveira?

\"Não gosto de falar essas coisas. O que eu sei é que o meu time jogou bem os dois jogos e mereceu essa classificação. Taticamente eles fizeram tudo que foi planejado\".

Por que sua equipe não mostrou no Estadual o mesmo desempenho de agora?

\"O time se acomodou no Carioca. Quando acabou a competição, reuni todo mundo e falei para eles: ou o time muda a postura ou vai todo mundo se ferrar. Eles mudaram a postura e estamos na final da Copa do Brasil\".

Agora você vai se concentrar no Brasileiro. O que esperar dos cinco jogos que ainda restam antes da parada para a Copa do Mundo?

\"Vamos dar tudo nesses jogos, já começando pelo Corinthians no domingo. Vamos com força máxima. Se tivermos um bom desempenho agora, podemos chegar à liderança. Esse é o nosso objetivo e temos time para isso\".

O que te faz acreditar na força de um time tão criticado e questionado?

\"Sei o que eu tenho em mãos. São garotos que estão com muita vontade de crescer. Além disso, tenho o talento do Edilson, do Ramon e do Morais, que podem decidir o jogo contra qualquer adversário. Confio neles\".