Futebol

Relembre o título que esgotou os estoques de Cocada do Rio

Cocada, eterno triunfo, por Marcelo Panoeiro

“Você não tem talento, procure outra profissão.”

Amargurado, Lucas partiu.

Quiseram, porém, os deuses, marcar novo encontro. A noite daquela quarta-feira, 22 de junho de 1988, fez-se cenário para o desfecho.

De um lado, a arrogância do rubro-negro Carlinhos, do outro, Lucas ostenta no peito sua cruz.

O zero a zero perpetua-se no placar e aos 43 minutos do segundo tempo, o destino caprichosamente chama por Lucas. O placar anuncia, sai Vivinho, entra Cocada.

O amargor de Cocada dá lugar à doçura do menino e, aos 44, arrancando pelo meio, rompe o campo, vê Romário, mas num ato de egoísmo sente na alma o menino.

Chuta.

Explosão de alegria e glória no Maracanã.

Despido, Cocada atira sobre Carlinhos seu manto, seu sonho. O vilão é crucificado em pleno templo.

Eis o peso da cruz, a cruz de malta.

Aos 45, Lucas volta a ser Cocada e é expulso, pois assim quiseram os deuses, dar ao menino apenas 3 minutos, mas de eterno triunfo.

M.C.P

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