Ramon vive seu pior momento comandando o Vasco
O artilheiro Cano parou de fazer gol e defesa, antes uma fortaleza, passou a vazar sempre. Este é o resumo da má fase do Vasco, que após o 3 a 0 sofrido para o Bahia alcançou a marca de seis jogos sem vitória (dois deles na Copa do Brasil), com sete bolas na rede de Fernando Miguel apenas nas duas últimas partidas do Brasileirão.
Diagnosticar os motivos do que virou o pior momento de Ramon Menezes no clube, porém, é algo mais complexo. Há erros da direção, do próprio treinador e dos jogadores, uma queda busca do sistema defensivo e confiança abalada. Tudo em um contexto que gera dúvidas sobre o futuro do trabalho, a começar pelo sábado, dia de clássico contra o Flamengo, em São Januário.
Até domingo, quando levou 4 a 1 do Atlético-MG, o Vasco tinha a terceira melhor defesa do campeonato. Eram 11 gols sofridos. Com os resultados das partidas de Belo Horizonte e de Salvador, o número subiu para 18 (a 14ª melhor), e a equipe passou a ter saldo negativo de um e caiu para o décimo lugar. Com cada erro digno de formar um coleção.
1º gol: erro individual e coletivo
No primeiro gol do Bahia, o de Rossi, Fernando Miguel cobrou tiro de meta. Lançou a bola em um espaço que não havia nenhum companheiro. Erro individual. Juninho Capixaba dominou e construiu a jogada. Clayson recebeu na esquerda, passou por Pikachu e cruzou, o que revelaria um erro coletivo. Eram seis vascaínos dentro da área contra três tricolores. Destaque a três: Ricardo Graça fora de lugar, Castan batido e Henrique permitindo que Rossi antecipasse para marcar. Péssimo posicionamento.
2º gol: marcação envolvida
Gilberto completou o cruzamento de Ernando, que passou como quis por Bruno Gomes, para fazer o 2 a 0. Foi erro individual do volante, mas também coletivo, afinal, o camisa 9 rival se desmarcou e finalizou sem marcação para fazer o 2 a 0.
3º gol: recomposição deixa a desejar
No terceiro, Clayson chutou rasteiro totalmente livre, afinal, Vinícius não fez a recomposição defensiva pela direita - aliás, ele quase nunca a faz. Antes disso, porém, Miranda (que entrou na vaga do lesionado Ricardo) saiu da área e deu bote errado em Gilberto. Pikachu, ao tentar cobrir, afastou mal de cabeça. A bola se ofereceu, então, a Clayson.
As falhas individuais e coletivas mostram um retrocesso defensivo. À medida que os adversários estudaram o Vasco e trocas de atletas precisaram ser feitas, o time ruiu. Se os atletas não mantiveram o nível do começo do campeonato, o treinador também não conseguiu aprimorar o que era bom e/ou encontrar novas soluções.
- Se você pegar rodadas atrás, era muito difícil da gente tomar gol. Então, não é normal você tomar sete gols em dois jogos. A gente passa por um momento difícil e eu, no meu trabalho, (entendo que) perde todo mundo. Ganha, ganha todo mundo. Eu acho que quando nós estamos tomando gol, nós estamos sem reação. E aí você passa isso até para o adversário - afirmou Ramon.
O 3 a 0 foi facilmente construído, no primeiro tempo, pois o Vasco também não ameaçou o rival. Criou uma jogada apenas, que culminou com chute de Marcos Junior para fora. Foi muito fácil marcar o time carioca, que estava desfalcado de Andrey, Juninho e Benítez. Bruno Gomes e Fellipe Bastos, os outros homens do meio, nada construíram ofensivamente.
Mano Menezes postou o Bahia em duas linhas de quatro, bem compactas. Tirou espaço para as corridas de Talles e Vinícius, que se mostraram figuras nulas. E, então, acabou o Vasco. Foi previsível. Não houve vitória pessoal e tampouco trabalho coletivo. Passou da hora de Ramon achar outra forma de atacar pois quando a bola não chega a Cano, nada feito. E olha que o argentino tem morrido de fome: conseguiu finalizar apenas uma vez e aumentou a seca - não marca desde 13 de setembro no 3 a 2 sobre o Botafogo. Assim como é urgente a busca por novos reforços, afinal, o elenco formado pela gestão do presidente Alexandre Campello tem limitações e carências e as constatações feitas não surtiram efeito.
No segundo tempo, com as entradas de Gabriel Pec, Carlinhos e Cayo Tenório, o Vasco melhorou. Pouco. Até porque o Bahia diminuiu o ritmo. Porém, continuou sem entrar na área adversária. Pikachu foi adiantado, o que parece ser uma tendência para sábado, mas nada mudou. Chutes de média distância passaram a ser a arma vascaína. Pouco para reverter o quadro em Salvador, provavelmente pouco para encarar o vice-líder no final de semana.
Fonte: geMais lidas
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