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Ramón Díaz é desmentido pelo Vasco após coletiva; veja resposta

O Vasco foi tema da apresentação de Ramón Díaz no Corinthians, na segunda-feira. As declarações do treinador argentino não foram bem recebidas pelo clube carioca, que desmentiu o que ele disse sobre a falta de comunicação da SAF vascaína após sua saída, no fim de abril.

Ramón voltou a dizer que foi demitido, algo que o Vasco rebate há mais de dois meses. Também revelou dívida da SAF com ele desde o ano passado e uma mágoa por não ter sido procurado por ninguém do clube que ele diz ter salvado "de uma situação muito grave".

- Em primeiro lugar, não é verdade que não os procuramos. Tão logo assumimos o controle da SAF, tanto o presidente Pedrinho quanto membros da diretoria fizeram contato com Emiliano Díaz e seu empresário para entender as pendências e o processo de saída - disse Paulo Salomão, vice-presidente de Pedrinho e membro do Conselho de Administração da Vasco SAF, em nota enviada ao ge.

Sobre a dívida do clube com ele, o ge apurou que se refere à premiação prometida caso o objetivo de permanecer na Série A fosse cumprido. O valor de R$ 1,2 milhão, que seria dividido entre Ramón e seu filho e auxiliar Emiliano Díaz, está pendente. O Vasco não comentou este assunto.

O bônus foi prometido ainda na gestão da 777 Partners, afastada pela Justiça da SAF vascaína em maio passado. Ramón Díaz saiu do clube também durante a administração da empresa americana. Veja o que o treinador disse na apresentação ao Corinthians:

- Eles nos despediram pelo Twitter. Salvamos o Vasco de uma situação muito grave, tivemos três ou quatro meses, em nenhum momento houve comunicação do Vasco, nem presidente, nem 777. Não tem uma chamada no meu telefone de dirigente do Vasco. Depois do que fizemos com o Vasco, nem um agradecimento, nada, zero, mas o futebol continua... Em quatro meses, nem presidente e nem dirigente do Vasco me chamou. Não deram dinheiro do ano passado, desde o ano passado me devem, não pagaram nada. Mas como treinador, olhamos o futuro.

Pessoas ligadas a Lúcio Barbosa, então CEO da SAF, disseram que o dirigente também procurou Ramón Díaz após o desligamento. Ele alega que foi demitido pelas redes sociais, enquanto o Vasco garante que ele pediu demissão e se baseia em testemunhas para comprovar isto.

Por causa do imbróglio, Ramón acionou o Vasco na Fifa, cobrando multa de quase R$ 30 milhões. O clube se diz preparado para a batalha jurídica:

- O Vasco seguirá buscando a solução cordial com Ramón Díaz e sua comissão, mas caso não cheguemos nesse acordo, acreditamos que temos elementos suficientes para defender os interesses do Vasco no caso de uma disputa judicial - afirmou Paulo Salomão.

Leia a resposta completa de Paulo Salomão:

"Em primeiro lugar, não é verdade que não os procuramos. Tão logo assumimos o controle da SAF, tanto o presidente Pedrinho quanto membros da diretoria fizeram contato com Emiliano Díaz e seu empresário para entender as pendências e o processo de saída.

Apesar de termos testemunhas de que Ramón pediu demissão ao fim do jogo contra o Criciúma, a comunicação do fato não foi feita de uma maneira protocolar, o que acabou criando brechas para versões e interpretações equivocadas.

É claro que entendemos e também concordamos sobre a importância do Ramón e sua comissão na campanha do ano passado, mas precisamos estender esse mérito também aos atletas e à torcida, afinal, sem esse conjunto de fatores não teria sido possível alcançar os resultados necessários.

Sobre as pendências, incialmente, buscamos um acordo para honrar as mesmas. A renovação do contrato ao fim da temporada passada foi feita sob forte apelo emocional e contou com a fragilidade administrativa da Vasco SAF sob comando do CEO Lúcio Barbosa naquele momento, e isso fica evidente pelos valores fora dos padrões praticados no mercado, pegando um Vasco vulnerável emocionalmente pela luta contra o rebaixamento.

O Vasco seguirá buscando a solução cordial com Ramón Díaz e sua comissão, mas caso não cheguemos nesse acordo, acreditamos que temos elementos suficientes para defender os interesses do Vasco no caso de uma disputa judicial".

Fonte: ge