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Raio-X: Confira análise dos erros e acertos do Vasco

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No período de domínio vascaíno, o 4-3-3 funcionou com Nílton e Felipe levando vantagem sobre os volantes adversários, William Barbio à direita e Diego Souza do lado oposto; Libertad no 4-4-2 habitual, mas deixando muitos espaços entre as linhas de quatro e às costas dos laterais.

- Mesmo sem viver o dia-a-dia do clube, ainda está difícil compreender qual foi o planejamento da comissão técnica vascaína ao poupar Juninho na Libertadores para utilizá-lo no Estadual;

- Ainda que Felipe, enquanto teve fôlego, tenha sido um dos destaques vascaínos no Estádio Nicolas Leoz. Com os dribles e passes precisos de costume, comandou a armação no meio-campo e levou ampla vantagem sobre Cáceres, volante do Libertad praticamente já acertado com o Flamengo;

- O camisa seis teve a surpreendente companhia de Nilton no primeiro tempo. O 4-3-3 vascaíno com Eduardo Costa plantado e dois “meias” articulando surpreendeu o Libertad no início. Boa saca de Cristóvão Borges;

- O esquema só não foi melhor aproveitado nos 30 minutos de amplo domínio cruzmaltino. Os muitos espaços entre as rotineiras linhas de quatro do time paraguaio e as deficiências na cobertura dos laterais Bonet e Samudio proporcionaram várias oportunidades. Mas o Vasco só foi às redes na bola parada em que Fágner “emulou” Juninho e colocou na cabeça de Diego Souza;

- A inversão de William Bárbio e Diego Souza para que o jovem atacante voltasse acompanhando o lateral Bonet que fazia boa dupla com Gamarra pela direita e atormentava Feltri tirou força ofensiva do Vasco. Diego Souza pouco criou pela direita e passou a procurar o meio e Bárbio virou um mero marcador;

- Menos mal que Fágner seguia bem, mesmo com Samudio aparecendo mais pela esquerda se juntando a Civelli. O lateral evoluiu na marcação e continua sendo ótima opção de velocidade pela direita. Compensou a centralização de Diego Souza em vários momentos;

- Mas quando Eduardo Costa passou a não encontrar o argentino Nuñez, atacante do Libertad que recuava para trabalhar com o meio-campo e se aproximar de Menéndez, o time paraguaio cresceu no jogo e parou de bater.

- Tudo ficou mais difícil com a expulsão de Diego Souza por cotovelada no peito do zagueiro Benegas depois de ser atingido violentamente por Bareiro no primeiro tempo. Punição exagerada, seria lance para amarelo. Em São Januário talvez nem levasse cartão. Mas em Assunção o fator campo, mais uma vez, influenciou a arbitragem. E novamente faltou inteligência e percepção do contexto da disputa ao jogador brasileiro;

- Jorge Burruchaga – ele mesmo, o campeão mundial pela Argentina no México em 1986 marcando o gol do título – lançou sua equipe à frente com Caballero e Velázquez nas vagas de Gamarra e Menéndez. Cristóvão reforçou a defesa contra o jogo aéreo adversário trocando Feltri por Rodolfo.

- Não funcionou. Samudio centrou da esquerda, Velázquez ganhou de Rodolfo e ajeitou de cabeça para Nuñez empatar. Mais uma falha do zagueiro contratado para herdar a vaga de Anderson Martins no lugar de Renato Silva, o ex-titular que deve voltar à equipe por falta de opções;

- O sufoco para a virada só não foi maior porque Nuñez, com quatro faltas e um amarelo, impediu a progressão de Rodolfo e levou o vermelho. Sem um de seus avantes mais perigosos, o Libertad perdeu qualidade, embora tenha mantido o volume até o final com Ayala na vaga de Aquino;

\"\"- Mais uma grande atuação na conta de Dedé. Segura o miolo de zaga praticamente sozinho, ganha quase todas no combate direto e ainda se impõe pelo alto nas várias bolas alçadas pelo oponente. Novamente sem erros o zagueiro vascaíno, disparado o melhor defensor atuando no Brasil;

- O retorno de Rômulo é ótima notícia para Cristóvão. Mesmo sem ritmo, melhorou a produção no meio substituindo Nilton e compensou o cansaço de Felipe. Allan também entrou bem no lugar do lesionado Renato Silva e ocupou a lateral-esquerda;

- William Bárbio melhorou puxando os contragolpes pela direita nos minutos finais. Mas ainda falha no discernimento das jogadas. Corre quando tem que segurar a bola, dribla quando o melhor é passar e vice-versa. O retorno de Éder Luís já se faz necessário;

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No final, times com dez homens. Libertad mais ofensivo com Ayala no meio e Caballero e Velázquez à frente e o Vasco melhor no meio-campo com Rômulo e William Barbio marcando e puxando os contragolpes em velocidade, mas sofrendo na retaguarda com Rodolfo sustentado pela excelência de Dedé.

- O ponto fora de casa deve viabilizar a classificação no duríssimo Grupo 5 da Libertadores. Mas a chance de definir o jogo no primeiro tempo não pode ser desperdiçada novamente. Com time completo e sem abrir mão de Juninho, o Vasco deve resgatar a força de 2011 e ser competitivo também no torneio continental.

Fonte: Blog Olho Tático - Globesporte.com