Quer saber como o Vasco pode vencer o Corinthians? Veja a análise
São de batalhas vencidas que se faz um campeão. Um vitorioso de verdade não é aquele que ganha, mas aquele que vence. E vencer uma guerra é vencer batalhas. Não adianta decretar favoritismos. De nada adianta achar que uma batalha vencida significa em guerra triunfada. É necessário se superar em cada batalha. E ainda mais quando essa primeira batalha tenha sido empatada.
Igualdade, assim pode-se definir Vasco e Corinthians. Se no ano passado as duas equipes mostraram diversas semelhanças, quando duelaram até o fim pelo título nacional, nesse ano o combate entre as duas equipes na Taça Libertadores da América vem mais uma vez confirmar tal igualdade.
No primeiro jogo do duelo, em São Januário, um esperado empate. Um zero a zero, que além de mostrar a tal igualdade, vem solidificar os sistemas defensivos das duas equipes. Vem mostrar equipes homogêneas, densas e inteligentes.
O resultado do primeiro jogo não trás superioridade a nenhum lado para o duelo no Pacaembu, em São Paulo. Se o Corinthians vê um empate fora de casa positivamente, pela oportunidade de fazer o resultado em casa, sem entrar em inferioridade, o Vasco também vê vantagens. Conforme foi dito na prévia do primeiro jogo (http://www.supervasco.com/noticias/veja-a-analise-tatica-de-como-devera-jogar-vasco-e-corinthians-138257.html), um dos objetivos vascaínos era o de não sofrer gol em casa. Como isso foi feito, há motivos para comemorar o primeiro resultado e enxerga-lo como vantagem para esse segundo jogo.
AÇÃO E REAÇÃO
Logicamente, a fiel torcida empurra muito o seu time. E o Corinthians cresce bastante em sua casa. Há, de fato, uma sintonia entre o time e a torcida, que faz o Corinthians mandante um adversário bem mais complicado que o Corinthians visitante.
Para isso, o Vasco deve saber lidar com essa pressão vinda das arquibancadas. O time deve jogar de maneira natural, tranquila, porém, atenta e segura. Fazer cera é balela. Ganha-se segundos, ou pouquíssimos minutos, que não fazem a diferença frente à grandeza do jogo. A grande estratégia para o time carioca neutralizar o efeito casa dos paulistas deve ser a manutenção de posse de bola.
A posse de bola neutralizará não somente a pressão do estádio, mas também o estilo de jogo dinâmico do Corinthians. Embora seja demasiadamente complicado, manter a posse de bola diante de um time de tanta pegada, como é o clube paulista, com experiência e talento no meio de campo e, porém, sobretudo com velocidade e dinamismo é sim possível.
Outra dificuldade inerente à partida para os vascaínos será a de saber lidar com a movimentação do fluído ataque corinthiano, sem um centro-avante de ofício, e com muitas trocas de posição.
No jogo de ida, Cristóvão Borges obteve sucesso nesse quesito. Entretanto, deve-se haver a consciência de que apesar da manutenção do esquema de jogo, o rival tomará estratégias diferentes, uma vez que viu seu modelo de jogo na partida de ida obter insucesso ofensivo.
Para tal, o Vasco deve preparar um modelo defensivo rico em coberturas e eficaz espacialmente. Um modelo que não sobrecarregue Fágner, nem Thiagi Feltri. Um modelo que tenha pegada, mas saída de bola.
4-2-3-1 REPETIDO
Assim como o Corinthians, que deve repetir o seu esquema de jogo, o 4-2-3-1, o Vasco deve tomar a mesma estratégia: a manutenção desse sistema de jogo.
Na última prévia, foi dito que o Vasco costumeiramente não se dá bem com o esquema em questão. Foram apontados motivos e exemplos de insucesso do 4-2-3-1 no time da era Ricardo Gomes/ Cristóvão Borges.
Como prova da argumentação da prévia, o Vasco novamente mostrou ter dificuldades com o esquema na partida de ida. Na primeira etapa, quando jogando no 4-2-3-1, o Gigante da Colina não conseguiu se impor no meio de campo, teve saída de bola ruim e demonstrou pouca fluidez de jogo.
No intervalo daquela partida, Cristóvão Borges alterou o time, que passou a atuar em um 4-3-2-1 (como pode ser visto no excelente artigo do amigo André Rocha http://globoesporte.globo.com/platb/olhotatico/2012/05/17/vasco-e-corinthians-hora-de-rever-estrategias-para-surpreender/). Com esse esquema o Vasco já se mostra plenamente adaptado e costumeiramente cresce muito. Assim foi no primeiro duelo, que teve o segundo tempo de domínio amplo vascaíno.
Apesar dos pesares, o 4-2-3-1 deve ser mantido na equipe. A explicação disso: maior cautela e eficiência DEFENSIVA.
SEM NOVIDADES APARENTES
O adversário, como já foi dito tende a vir sem novidades aparentes. Repetindo, aparentes. Isso porque se torna óbvio que sutis mudanças estratégicas ocorrerão, em vista do time do Parque São Jorge precisar quebrar o encaixe de marcação que o Vasco obteve no primeiro duelo e que gerou em uma ineficiência ofensiva paulista.
O esquema inicial de jogo, porém, não deve ser diferente do 4-2-3-1 adotado por Tite desde a sua chegada:
COMO VENCER O CORINTHIANS COM A FIEL?
Se na última prévia responder a pergunta: Como vencer o Corinthians? não se consistiu em uma tarefa fácil, agora o desafio é ainda maior e exigiu muita pesquisa e reflexão do site A Prancheta.
Como já foi explanado em Ação e reação, o grande ponto da partida para o Vasco é a manutenção da posse de bola.
É necessário ter a visão de que equipes de futebol descansam durante o jogo. Ninguém corre o tempo todo, ninguém joga intensamente os 90 minutos. E é justamente aí que mora uma importantíssima (!!!) questão.
Equipes de futebol se diferem no modo de como descansam em campo. Há equipes que descansam com a bola no pé, trocando passes, mantendo a posse de bola. E há equipes que descansam sem a bola no pé, quando apenas fecham espaços, e espera o adversário tomar iniciativas. Estas, normalmente, usam de contra-ataques em busca dos gols.
Quando o time opta pela primeira estratégia deve-se saber de que é preciso ter material humano para tal. Trazendo para o duelo de logo mais, um meio de campo com Nílton é um dificultante enorme para essa estratégia. Mas isso não é só com Nílton, que foi só um exemplo. O Vasco tem diversos jogadores que não condizem com esse método de jogo que, portanto, deve ser tratado e montado com cautela.
Mas se para vencer o Corinthians no Pacaembu é necessário manter a posse de bola e o time vascaíno não tem características para tal, o que fazer? Como fazer?
De duas, uma. Ou tenta-se escalar uma equipe que seja capaz de atuar com esse método de jogo, mantendo a posse de bola e descansando com ela no pé, o que diminuiria o ímpeto da fiel torcida e desesperaria o rival. Ou, escolhe-se o segundo método de jogo, apostando em um jogo que não objetiva a posse de bola e faz os jogadores descansarem sem a gorduchina nos pés.
Essa segunda opção muitas das vezes é perigosa, uma vez que chama o adversário para o ataque. No entanto, quando bem executada, a exemplo do Chelsea no recente título da Uefa Champions League, se torna em uma estratégia extremamente rica e eficaz.
Se essa segunda estratégia for a escolhida, terá de se deixar claro, também, a dependência intrínseca que o time terá nos contra-ataques e, por isso, dependerá de jogadores de velocidade, como Éder Luís.
Já se a primeira estratégia for optada, a tendência é de que seja mais fácil de controlar o jogo, a pressão da torcida adversária e o ímpeto do rival, que nunca antes conquistou o torneio em disputa.
Dessa forma, esta prévia apresentará duas opções para Cristóvão Borges. A escolha do treinador se dará pela proposta de jogo que o mesmo escolher.
MODELO 1 (Descansar com a bola no pé)
Legenda Qualidade do meio de campo, proximidade dos jogadores, losango no meio: ingredientes para manutenção de posse de bola.
MODELO 2 (Descansar sem a bola no pé)
Legenda 4-2-3-1 com muita entrega na marcação que origina em 4-5-1 resistente e coeso defensivamente.
FATOS
Independente da estratégia escolhida, se o time vascaíno vai optar por ter ou não a bola (e fazer por onde taticamente para atender a demanda estratégica), é mais que necessário que os jogadores cruzmaltinos mantenham uma postura firme, responsável, coesa e, sobretudo, corajosa.
O adversário certamente não será nada fácil e fará de tudo para conquistar seus objetivos. Os times são bem iguais, tanto em matéria de qualidade quanto taticamente. E, por isso, o jogo será definido por detalhes.
A experiência será aliada do Vasco. Juninho e Felipe, principalmente, podem fazer a diferença. O talento também. É mais do que nítido que de armas o Vasco está bem servido para o duelo.
E abram-se as cortinas, o que, por enquanto é igual, precisa ser desempatado. O que é parecido, precisa ser diferenciado. O vencedor deve tomar o seu lugar.
Por Igor Rufini (@igorfrufini) / Equipe A Prancheta
www.a-prancheta.com
Ilustrações: TacticalPad
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