Pró-Vasco publica notas sobre o balancete do 1º semestre e clube empresa
NOTA OFICIAL
TEMA: Análise do Balancete do primeiro semestre 2019 Club de Regatas Vasco da Gama
Responsável pela análise: Luiz Ribeiro (Especialista em Finanças – Grupo Pró-Vasco)
Apoio: Eduardo Machado (Coordenador Geral – Grupo Pró-Vasco)
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O atual balancete demonstra uma considerável e impactante dificuldade da Diretoria Administrativa na captação de receitas, levando praticamente ao limite a dependência do clube da receita de cota de TV e, em pontuais receitas extraordinárias com a venda de direitos federativos de atletas.
O portal de transparência prometido no início da gestão em 2018, continua na promessa, tendo pouquíssimas informações no site para sócios e torcedores. Não existe Portal de transparência. O balancete é extremamente reduzido, sem esclarecimentos técnicos que adotem padrões aceitáveis de transparência em termos das informações publicadas. Em termos comparativos, nosso rival publicou seu balancete com 27 páginas muito bem fundamentadas, com detalhamentos sólidos em diversos pontos do mesmo. Comparativamente, nosso balancete em termos de tamanho tem pouco mais de 10% do balancete do nosso rival (análise quantitativa) e menos de 5% do conteúdo e detalhamentos por eles apresentados (análise qualitativa).
Vamos aos números:
Receita líquida do CRVG no primeiro semestre de 2019 – R$ 79.893.440,96
Sendo as principais partidas:
. Cota de Tv: R$ 39.803.866
. Bilheteria: R$ 7.683.337
. Participação em competições: R$ 5.650.000
. Premiação: R$ 2.812.500,00
. Publicidade / Patrocínio: R$ 5.717.762
. Receitas com associados: R$ 8.165.208
. Direitos federativos de Atletas: R$ 10.007.264
Déficit no semestre: R$ 11.948.013,00
Entre as despesas do semestre chama a atenção a elevada despesa com pessoal R$ 57.090.397 (média de 9,5 milhões / mês) a despesa de pessoal do clube representa 71,4% da receita operacional líquida do semestre.
Um percentual elevadíssimo e inadmissível.
Outro número extremamente preocupante refere-se ao passivo do Clube:
Passivo circulante (são as dívidas a curto prazo a serem pagas no exercício) – R$ 179.352.359,00
Principais:
. Parcelamentos e acordos: R$ 49.399.453 . Empréstimos a pagar: R$ 34.542.365
. Processos Trabalhistas: R$ 11.897.859
. Obrigações de Pessoal: R$ 52. 815.862
Passivo não circulante (são as dívidas a longo prazo, com vencimento após o fechamento do exercício) – R$ 426.645.208
Principais:
. Parcelamentos fiscais: R$ 229.116.787
. Contingências: R$ 80.828.560
. Acordos / empréstimos: R$ 110.699.860
Resumo:
O balancete demonstra que a Diretoria Administrativa não consegue avançar na geração de novas receitas (principal receita continua sendo a cota de TV e vendas pontuais de direitos federativos). Sendo que as cotas de TV sofre sucessivas antecipações e isso, isso já reduz o valor real pois taxas financeiras de desconto são aplicadas a cada operação, além disso estamos sempre “comprometendo” nosso futuro com comprometimentos de receitas fundamentais. Em suma, o atual balancete do 1o semestre é extremamente resumido, com contas em grupos e subgrupos e sem notas explicativas.
A despesa de pessoal continua elevada demais, desbalanceada com o atual faturamento. As contratações para formação do elenco sofrem constantes movimentações ao longo da temporada, demostrando equívocos no modelo vigente. A vice-presidência de futebol (estatutária) continua tecnicamente vaga.
Dentro do passivo circulante total (R$ 179.352.359,00), parcelamentos e acordos/empréstimos a pagar/processos trabalhistas somam R$ 95.893.677,00. Valores já foi reconhecidos e pactuados.
NOTA OFICIAL
TÍTULO: O que pode mudar ainda em 2019 no Futebol Brasileiro com a criação do projeto CLUBE EMPRESA?
Governo Federal, Senado, Câmara dos Deputados, CBF e clubes, trabalham para de alguma maneira permitir que os clubes de futebol se transformem em empresas ainda este ano.
Responsável pela análise: Luiz Ribeiro – Especialista em Finanças (Grupo Pró-Vasco) Apoio Jurídico: Fabio Prado – Especialista Jurídico (Grupo Pró-Vasco)
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Este projeto é do deputado Pedro Paulo (DEM/RJ) e virou prioridade para o Presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM/RJ), no segundo semestre.
A expectativa é que o projeto seja apresentado e votado ainda neste mês de setembro e votado em outubro com o apoio do Presidente Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia e o Ministro Paulo Guedes.
Serão oferecidos benefícios para os clubes migrarem para o modelo de companhia limitada ou sociedade anônima.
1 – Recuperação judicial
Os clubes poderão entrar em estado de recuperação judicial imediatamente após migração para a estrutura empresarial.
As dívidas poderiam ser reestruturadas por meio de mecanismo de recuperação judicial, como já funciona para as empresas convencionais, com isso, todos os bloqueios e penhoras estarão suspensos por 6 (seis) meses.
No período de 6 (seis) meses, precisarão apresentar um plano geral de recuperação judicial a ser submetido a credores e ex-funcionários.
Este mecanismo permite que haja um calote de boa parte da dívida, desde que os credores aceitem o plano proposto.
Geralmente credores costumam perdoar entre 50% a 90% dos valores devidos e o restante pode ser amortizado a prazo.
2 – Novo refinanciamento de dívidas fiscais
Um novo PROFUT, clubes que aderiram em 2015 poderão ter os juros de suas dívidas abatidos em 50% (em 2015 foi de 40%) e um novo refinanciamento das dívidas fiscais em 20 (vinte) anos, incluindo o período de 2015 a 2019.
3 – Fundo garantidor para clubes quebrados
Seria criado um fundo que será abastecido pelos clubes com um percentual sobre o faturamento, este fundo será usado para resgatar clubes em insolvência irreversível.
4 – Fim dos direitos trabalhistas para jogadores de futebol
No projeto é proposto a “hiperssuficiência” de jogadores de futebol em relação aos seus direitos trabalhistas.
O jogador poderá assinar um contrato com o clube sem que tenha direitos trabalhistas. Ele receberia apenas direito de imagem.
Esta modalidade seria permitida apenas para jogadores com vencimentos superiores a R$ 10.000,00.
5 – Equiparação da tributação entre associação e empresas
Todos os clubes que tiverem faturamento acima de 5 milhões de reais anuais, passarão a ser tributados como empresas LTDA ou S/A.
6- Duplicação do mecanismo de solidariedade
Duplicação para 10% nas transferências nacionais para os respectivos formadores, hoje o limite é de 5%.
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