Presidente do TJD/RJ acha punição ao Vasco rigorosa demais
A punição de 30 dias imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro ao Vasco na tarde dessa quinta-feira, por problemas causados pela torcida na final da Taça Rio diante do Flamengo, pode deixar o clube fora de partidas válidas pela Copa do Brasil e pelo Campeonato Brasileiro. No entanto, o próprio presidente do TJD/RJ, Antônio Vanderler, acha que a suspensão é rigorosa e que a Justiça deve acatar o recurso vascaíno.
- Eu não daria (essa punição). Acho prematuro a comissão dar uma punição tão rigorosa assim, mesmo o Vasco sendo responsável pelo mando de campo na ocasião. Recebi o recurso do clube e encaminhei para o relator (Márcio Amaral), que está analisando e deve acatar o pedido de efeito suspensivo. Acredito que em dez dias nós estaremos reunidos para julgar esse caso.
Na decisão da Taça Rio, cadeiras foram arrancadas do setor onde estava a torcida do Vasco no Engenhão e arremessadas em direção ao campo. Segundo Antônio Vanderler, a ausência da advogada vascaína durante o julgamento prejudicou o clube.
- A presença física do advogado é muito importante. Faltou argumento para defender o clube. Quando os julgadores analisam um processo e você não contesta, prejudica. O mando de campo era do Vasco e a obrigação era dele de zelar pelo bom andamento da partida.
A advogada do Vasco, Luciana Lopes, informou que não compareceu ao julgamento no TJD/RJ por estratégia, pois, segundo ela, os torcedores não foram identificados e o time não poderia ser culpado pela quebra de cadeiras no Engenhão. Ela mostrou tranquilidade quanto à participação do time em competições organizadas pela CBF.
- Os torcedores que fizeram o vandalismo dentro do Engenhão não foram identificados. Então, a estratégia da defesa foi de não comparecer ao julgamento e aguardar o prazo para o recurso, que é o que nós já estamos fazendo. Em relação à suspensão, ela é aplicada em competições da mesma entidade de administração onde o fato ocorreu. No caso, a suspensão se daria na competição organizada pela Federação de Futebol do Estado do Rio, que seria o Campeonato Carioca. De qualquer maneira, o presidente da comissão que aplicou a suspensão já vai fazer um despacho. Os embargos automaticamente suspendem o efeito da decisão. Vamos aguardar o julgamento do recurso, mas não existe a menor possibilidade jurídica de o Vasco não participar da competição organizada pela CBF - disse ao site \"Justiça Desportiva\".
Paulo Schimmt, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), contestou a opinião da advogada vascaína e afirmou que punições de um Tribunal de Justiça Desportiva de um estado são válidas para qualquer partida de futebol no período estipulado.
- Eu vi a punição. O prazo da suspensão é por modalidade, ou seja, o futebol. Se ela (advogada) vai arriscar... (achando que não vale para o Brasileiro). É uma coisa séria. O artigo não fala que a punição é respectiva para a entidade de administração. O Vasco precisa recorrer. Se jogar sem um efeito suspensivo, é perigoso..