Presidente da Conaf se complica ao demonstrar desconhecimento da regra
O presidente da Conaf, Sérgio Corrêa da Silva, mostrou-se confuso e desconhecedor a regra aplicada pelo árbitro Wilson Souza de Mendonça ao punir o goleiro Tiago no lance que originou o gol da vitória cruzeirense. O juiz enquadrou a suposta infração na seguinte regra:
"Se concederá um tiro livre indireto à equipe adversária se um goleiro comete uma das quatro infrações seguintes dentro de sua própria área penal:
- Voltar a tocar a bola com as mãos depois de havê-la posto em jogo e sem que qualquer outro jogador a tenha tocado".
Ou seja, Tiago só poderia ter cometido a infração se tivesse tocado a bola com as mãos após já tê-la posto em jogo, entretanto, para tê-la posto em jogo, seria preciso que Tiago a tivesse tirado de jogo, ficando com a posse dela para, posteriormente, recolocá-la novamente em jogo. No lance em questão, Tiago não tira a bola da disputa em momento algum ao dar apenas um leve toque espalmado e continuar conduzindo-a com os pés.
Orientado pela letra da lei, o comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho, afirmou de forma embasada que o juiz errou ao marcar a infração, pois Tiago não teve a posse de bola.
- O que a regra não permite é agarrar e depois oferecer ao jogo. O goleiro não teve posse de bola, ele não fez nada de errado. Foi um erro - afirma.
"COMO TRABALHAR NA CONAF"
Diferentemente de Arnaldo César Coelho, o presidente da Conaf fez declarações confusas e atrapalhadas que não pareciam alinhadas com a regra e, muito menos, com o lance em questão. Sérgio Corrêa da Silva parecia comentar o caso sem ter visto o lance, pois fala de um inexistente domínio da bola por parte do goleiro do Vasco antes de ser marcada a infração.
“Foi absolutamente correto, porque ele pode dominar a bola e sair jogando com os pés normalmente, ser assediado por um atacante. Só não pode voltar a tocar essa bola com as mãos. É uma infração à regra e está previsto tiro livre indireto na área que aconteceu”, explicou Sérgio à Sportv.
Ainda mais confuso e acreditando estar fundamentando seus argumentos, o presidente da Conaf prosseguiu citando orientações da Fifa que expuseram ainda mais o erro do árbitro.
“A Fifa orienta o seguinte: toda bola que ele pode dominar, o goleiro domina, mas não pode dar esse toque duas vezes com as mãos", afirmou Sérgio sem perceber que fazia uma declaração a favor do goleiro Tiago, pois, se na visão da Fifa toda bola que o goleiro pode dominar (tirando-a de jogo), o goleiro irá dominar, portanto, se a bola não foi dominada pelo goleiro (não saiu de jogo), a Fifa entende que o atleta não o fez por não achar possível ou necessário dominá-la e retirá-la da disputa.
Infelizmente o espetáculo de desconhecimento da regra prosseguiu quando o presidente da Conaf atribui ao árbitro poderes para julgar o grau de dificuldade de uma defesa, algo jamais visto em qualquer parte do mundo:
"Não houve dificuldade que o impediu de segurar essa bola. O equívoco do goleiro, lamentavelmente, foi esse. Ele pode fazer duas ou três defesas difíceis e pegar normalmente, mas nesse caso não”, encerrou Sérgio seu espetáculo tragicômico ao tentar enquadrar o erro de Wilson de Souza de Mendonça desvirtuando uma regra clara e legítima.
Assista aos Melhores e Piores Momentos da partida em que o Vasco foi garfado:
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