Pontos polêmicos não entraram no novo texto do estatuto
O Conselho Deliberativo finalizou o debate da reforma do estatuto do Vasco. Na noite desta segunda-feira, a quarta sessão para debater o tema, os conselheiros aprovaram alteração no artigo 79 (não haverá limitação a 170 beneméritos, mas o piso de 150 é mantido) e duas emendas que se tornarão artigos - versam sobre fraude eleitoral e voto em urna eletrônica caso haja disponibilidade do Tribunal Regional Eleitoral.
Porém, por falta de quórum, os conselheiros não avaliaram outros três itens, que ficaram de fora do novo texto. Isso foi constatado às 23h30, após o fim da contagem da votação nominal referente à inclusão de novo inciso no artigo 57, parágrafo 2º (matéria que trata do conflito de interesses de remuneração de conselheiros para o direito de exercer o voto no Conselho Deliberativo). Eram necessários pelo menos 151 votos, número que não foi atingido.
O ponto mais polêmico, referente à inelegibilidade do presidente que tiver suas contas reprovadas, foi um dos que acabou não sendo apreciado por falta de quórum. Portanto está fora do novo texto, que será votada pelos sócios em Assembleia Geral.
Caberá aos sócios, em Assembleia Geral a ser convocada, aprovar ou não as mudanças. A estimativa é de que ela ocorra em 30 ou 40 dias.
Diferentemente das outras sessões, o clima desta noite na Sede Náutica, na Lagoa, foi tranquilo. Não houve discussões acaloradas como nas outras ocasiões.
As seguintes questões foram aprovadas
- Revogação da limitação do número de beneméritos. O texto colocava limite de 170. O piso de 150, porém, está mantido. É referente ao artigo 79.
- Possibilidade de voto em urna eletrônica a ser cedida pelo Tribunal Regional Eleitoral quando houver disponibilidade. Tal emenda virará artigo do novo estatuto.
- Fraude eleitoral. Tal emenda entrará artigo 153 do novo estatuto, que está inserido no Capítulo XX (Gestão Temerária).
A emenda sobre fraude eleitoral, proposta pelo grupo político Sempre Vasco, tratava dos seguintes pontos (veja na imagem abaixo):
O advogado Leonardo Rodrigues, conselheiro que integra o grupo político Fuzarca, propôs alteração na redação para que haja a instauração de processo administrativo para responsabilização do gestor a ser decidido pelo Conselho Deliberativo. Ou seja, Rodrigues solicitou a retirada da "exclusão imediata dos responsáveis" citada no Parágrafo 1º para preservação das competências estatutárias e ampla defesa. Tal adequação foi acatada de forma unânime.
O que não entra no novo estatuto do Vasco
As seguintes questões, por falta de quórum na votação nominal, ficaram de fora do novo texto
Conflito de interesses na remuneração de conselheiro que presta serviço ao clube e que vote no Conselho Deliberativo - na votação do ponto em questão foi constatada a falta de quórum.
Matéria que trata de regulamentação de voto fora do estado do Rio de Janeiro.
Inelegibilidade de presidente que tiver contas reprovadas.
Logo no começo da sessão desta segunda, Faues Mussa, presidente da Assembleia Geral, anunciou um acordo com Alexandre Campello, presidente do clube. Disse que, após uma reunião, ficou acordado que ele terá acesso à lista de sócios aptos a voto, algo que lhe havia sido negado em outras oportunidades.
- O Vasco precisa de paz - afirmou.
Tal acordo, porém, não resolveu o pedido de suspensão de cinco dias a Campello por ele supostamente obstruir o trabalho da comissão de sindicância que tentou apurar se houve irregularidade nas associações registradas em agosto de 2019.
Posteriormente, Roberto Monteiro abriu espaço para os conselheiros debaterem sobre os temas. A discussão transcorreu com apresentação de ideias e emendas. Como havia maioria pela aprovação, dois temais iniciais tiveram votação geral. Foram aprovados.
Os que não tinham entendimento foram para a votação nominal. Um a um os conselheiros foram chamados. Porém, não se alcançou o quórum de 151.
Fonte: ge