Peruano prefere ser chamado pelo nome Yotún a receber apelidos
Com nome curioso e uma carreira desconhecida no Brasil, Yoshimar Yotún chegou ao Vasco de forma discreta. Do anúncio de sua contratação, em janeiro, até sua estreia, em março, foram dois meses que o lateral-esquerdo teve para treinar e se adaptar ao novo clube e ao novo país. Nascido no Peru e integrante da seleção, ele garante sentir-se à vontade, apesar de a timidez persistir no contato com a imprensa e até mesmo com os jogadores.
Trocar as praias peruanas, banhadas pelo Oceano Pacífico, pelas do Brasil, de águas do Oceano Atlântico, não foram o problema. Yotún mostra-se encantando com o Rio de Janeiro e faz questão de conhecer algumas de suas marcas registradas.
- Moro na Barra da Tijuca e, para falar a verdade, fui à praia somente uma vez. Mas gosto de sair para caminhar na orla, tomar um sorvete, porque ficar em casa o tempo todo é chato. Fui ao Cristo Redentor com a minha família, que veio me visitar no meu aniversário. Tirei fotos e achei muito bonito - disse ele, que completou 23 anos no dia 7 de abril.
Yotún garante que sentiu-se à vontade desde o primeiro momento em que pisou no Vasco. No campo e no vestiário logo recebeu apelidos. Durante os treinos já se ouviu ele sendo chamado até de Youtube ou hombre, como costuma dizer o volante Wendel.
- Aqui tem algumas pessoas que falam espanhol, como o Tenorio, que é equatoriano. Muitos me chamam de peruano, mas eu prefiro que me chamem de Yotún mesmo. Fui muito bem recebido no Vasco. Isso é importante para um estrangeiro, porque é penoso sair de perto da família. Mas aqui encontrei uma outra família e estou feliz.
O peruano garante, entretanto, que as brincadeiras param por aí. Com bom humor, ele afirma que não foi alvo de gozação por conta de um vídeo que circula na internet desde 2011. As imagens captadas por uma rede de TV do Peru mostram Yotún, ainda quando jogava no Sporting Cristal, trocando carícias com o companheiro Giancarlo Casas durante um treino da equipe.
- Ele é meu irmão, um amigo para toda a vida. Estávamos brincando e gravaram aquilo, mas não tem nada a ver. Tenho esposa - disse sorrindo.
Mas quando o assunto é trabalho, Yotún também diz sentir-se confortável. Ainda em busca de uma vaga entre os titulares atualmente ocupada por Nei , o lateral tem o respaldo de Paulo Autuori. O técnico vascaíno trabalhou na seleção do Peru e sagrou-se campeão nacional comandando Alianza Lima e Sporting Cristal.
- Ele conhece bem o mercado peruano. Acho importante ter um treinador que sabe sobre o meu país e seu futebol. O Autuori faz um trabalho forte e que dá boa dinâmica à equipe - observou ele, que tem apenas quatro partidas com a camisa cruz-maltina.
Emprestado pelo Sporting Cristal até o fim de 2013, Yotún tem como motivação dois compatriotas que atuam na Série A para tentar firmar-se como mais um bom valor do Peru no futebol brasileiro.
- Tanto o Guerrero, no Corinthians, quanto o Rodríguez, na Ponte Preta, estão se saindo bem no Brasil. Espero que o mesmo aconteça comigo.