Futebol

Pedrinho: "Se marcar contra o Vasco, não vou comemorar"

As lágrimas de Pedrinho no rebaixamento do Vasco, em 2008, já provavam que, sim, homem chora. Assim como pode também voltar atrás numa decisão. Dois anos após ter anunciado a aposentadoria, o apoiador optou por retomar a carreira no Olaria.

Com apresentação marcada para terça-feira, o ex-jogador do Vasco, 34 anos, acertou um contrato de três meses e meio, apenas para o Campeonato Estadual. Portanto, somente começará a ganhar salário em janeiro, embora já vá começar a treinar na semana que vem.

— Estou no peso ideal, porém, mais forte. Eu jogava com 63Kg e, agora, estou com 70Kg, mas tenho malhado muito. É massa muscular. Estou saradão — explicou Pedrinho, que vem mantendo a forma com um personal trainer.

Há pouco mais de dois anos, Pedrinho decidira encerrar a carreira, quando jogava pelo Figueirense. Interrompia, então, uma triste sequência de lesões, mas nem assim conseguiria se livrar da dor maior:

— Sofro e até hoje choro porque poderia ter ido mais longe se não tivesse me machucado — lembrou Pedrinho, que em 1998, no auge da carreira, teve uma séria lesão no joelho direito.

Preparando-se para o nascimento das filhas gêmeas Lara e Alice, previsto para janeiro, o pai de Enzo, de 6 anos, diz que não é por dinheiro que decidiu retomar a carreira.

— Tenho que defender o leite das crianças, mas não dependo do futebol. Construí minha independência no mundo árabe. Estou voltando porque acho que eu merecia me dar uma chance — disse Pedrinho, que jogou no Al-Ittihad (2005-2006) e Al-Ain (2008).

Ele já se imagina enfrentando o amigo Felipe, do Vasco, e, ainda apaixonado pelo clube que o projetou, jura que as lágrimas derramadas no dia do rebaixamento não foram em vão.

— Se eu fizer um gol contra o Vasco, não vou comemorar. Chorei no dia do rebaixamento porque sou vascaíno de coração, torço e sofro pelo clube — afirmou.

A volta à vida de jogador leva Pedrinho ao encontro do medo antigo: a contusão.

— Tenho esse receio. Deixei bem claro para o pessoal do Olaria que, se alguma coisa sair da linha, serei o primeiro a pedir para ir embora. Mas estou confiante. Vou jogar sem pressão, mas com responsabilidade e alegria — encerrou.

Fonte: Extra