Futebol

PC Gusmão: "Não vim aqui para fazer um grupo de amigos"

O Vasco balança, mas não cai. Já o seu técnico, PC Gusmão, ainda está em uma posição de risco. Matematicamente, a chance de rebaixamento é ínfima. Mas os números não são tão favoráveis com o treinador, que sempre diz que sua permanência, ou não, se deve aos resultados. Hoje, o time terá a última chance de vencer um clássico no Brasileiro. Até agora, só empate.

A conta fica ainda mais negativa se estendida para o Campeonato Carioca, no qual o Vasco venceu apenas dois clássicos, perdeu três e empatou um. Ao menos, uma das duas vitórias foi justamente contra o Fluminense: 3 x 0. O tricolor não venceu o Vasco este ano e ainda foi eliminado nos pênaltis na semifinal da Taça Guanabara. A outra goleada, memorável, foi sobre o Botafogo, por 6 a 0, que indicava um ano promissor, mas que chega ao fim sem títulos.

— Eu não vim aqui para fazer um grupo de amigos. Quero que a boa relação dure até o fim. Eu deixei uma posição confortável na tabela com o Ceará e vim para o Vasco, mesmo com todos os problemas que vocês conhecem. Trabalhamos muito pelos resultados, que, infelizmente, não apareceram — disse PC.

Futuro indefinido O contrato de PC vai até junho de 2011. Mas o futuro é indefinido e poderá ser conhecido até mesmo hoje.

— Nós erramos e estamos em uma posição que não nos permite sonhar. Este foi o ano da volta do Vasco à Série A e esperamos que não se repita em 2011 — afirmou PC.

Entre os cacos de um projeto despedaçado de reestruturação que ficou pelo caminho, incertezas sobre renovações de jogadores, técnico e até do diretor de futebol, Rodrigo Caetano, que adia a cada rodada uma resposta final à diretoria.

Mas os dirigentes parecem pouco dispostos a atender os pedidos de sinalização de construção de um CT e contratações para formar um time competitivo. PC, garante ter bom trânsito na diretoria.

— Eu nunca tive problema com a direção. Pelo contrário, sempre tive apoio — disse.

Hoje, PC, mesmo com todo apoio, estará sob os holofotes da diretoria torcida e imprensa.

Depois da gritaria à beira do campo no empate com o Flamengo, ele garante estar mais disciplinado e calmo.

— Eu sou chato, muito chato na cobrança. Esta é a forma que eu sempre trabalhei em todos os lugares — afirmou.

Em sua defesa, PC pode dizer que poucas vezes teve em suas mãos os principais jogadores do time. Carlos Alberto e Ramon, por exemplo, machucados desde setembro, podem voltar contra o São Paulo, na próxima rodada.

— Eu só vou usar o jogador quando ele estiver 100%. Eu me cobro, não durmo, vivo intensamente o clube e vou fazer o melhor para buscar as vitórias — declarou.

Vencer as próximas cinco rodadas, ou pelo menos jogar bem e mostrar empenho, que faltou nas últimas duas partidas, virou um mantra no clube.

Pode parecer utópico, porque no caminho do Vasco estão os três primeiros colocados. Mas não tem como adiar esta última chance do Vasco vencer.

— O mais importante é o Vasco fazer o seu papel. Não é o mesmo que disputar um título, mas vencer um clássico, onde não há favoritos, sempre é importante — disse Felipe.


(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo