Paulo Miranda, ex-Vasco, busca no Santa Helena-GO a chance em um clube grand
Paulo Miranda com a camisa da seleção brasileira, em 1992
Paulo Miranda tem em seu currículo times como Vasco, Paraná, Coritiba, Atlético-PR e Bordeaux, da França, mas hoje defende o modesto Santa Helena-GO. Com 35 anos, ele busca no modesto time de Goiás o que pode ser a última chance de defender um grande clube no futebol brasileiro.
Ele faz questão de elogiar o planejamento do novo clube e traça planos para o segundo semestre.
- Quando voltei dos Estados Unidos, onde joguei no Chivas, eu fiquei um tempo fazendo somente fisioterapia no joelho. Tive uma pequena lesão e não quis fazer cirurgia. Depois de ficar 100% recuperado, dei mais atenção às propostas que haviam surgido e a do Santa Helena foi muito boa. É um clube em ascensão, subiu da Série C para A de Goiás nos três últimos anos e hoje disputa primeira divisão pela primeira vez. Nossa campanha está sendo mediana. Vencemos em casa, mas perdemos fora. Mas acredito que a equipe vai melhorar e alcançaremos coisas melhores na competição. Meu projeto é fazer um bom estadual para, no segundo semestre, voltar a atuar em uma grande equipe do país disse Paulo Miranda.
O auge na carreira de Paulo Miranda foi com a camisa do Vasco, em 2000. Ele disputou a final do Mundial daquele ano, contra o Corinthians, e foi campeão na final história da Copa Mercosul, contra o Palmeiras, no Palestra Itália.
Em 2000, Paulo Miranda desfilou em um carro dos Bombeiros depois do título contra o Palmeiras
- Minha passagem no Vasco foi excelente. Conquistei diversos títulos, cheguei a uma final de Mundial de Clubes da FIFA e ainda vivi a histórica virada sobre o Palmeiras na final da Copa Mercosul de 2000. Aquela partida foi simplesmente inesquecível. Vivi uma boa fase jogando na lateral direita do Vasco, sendo cogitado, inclusive, para ir para a seleção brasileira. Lembro bem que teve uma convocação para um amistoso quando diversos jogadores do Vasco foram convocados. Lembro do Romário, do Euller, do Juninho Pernambucano, do Juninho Paulista. Mas eu fiquei fora. Achava que iria daquela vez lamentou Paulo Miranda.
A primeira convocação para a seleção brasileira aconteceu antes mesmo de se profissionalizar, quando estava no Paraná Clube. Mas a chance de vestir a Amarelinha ficará guardada para sempre na memória de Paulo Miranda.
- O treinador era o Falcão e a seleção brasileira fazia um treinamento no estádio do Paraná Clube. Ele precisava completar o time reserva e pediu que alguns jogadores participassem. Aí eu fui um dos selecionados. Tinha apenas 16 para 17 anos e jamais esquecerei esse dia disse.
Em 1992, Paulo Miranda disputou o único torneio oficial defendendo a seleção brasileira.
- Foi o único torneio oficial que disputei pela Seleção Brasileira e graças a Deus ganhei, o que tornou essa passagem ainda mais especial.
Ainda pelo Vasco, Paulo Miranda marcou Lucio Flavio, que estava no Paraná Clube
Um dos poucos a defender os três grandes do Paraná
- No Paraná eu tinha apenas 17 anos. Em 1992 enfrentamos o Corinthians e tive a oportunidade de marcar o Viola. Depois do jogo fiz questão de tirar uma foto com ele. Por ironia, reencontrei ele no Vasco e hoje somos grandes amigos. Em 1997 eu fui para o Atlético-PR. É claro que de início a torcida me olhava de olho virado, mas logo de cara mostrei serviço. Fui o capitão do time que tirou o Atlético de uma fila de 10 anos sem conquistar títulos. Dez anos depois, foi a vez do Coritiba. Depois de passar por Paraná e Atlético-PR, é claro que a torcida não aceitou muito bem a minha chegada. Fiz uma reunião com a principal torcida organizada para mostrar a eles que estava ali para fazer o mesmo que fiz pelos rivais: conquistar títulos. O grupo era muito bom, contava com jogadores experientes e jovens de talento. Eu me lesionei e a pressão da torcida me fez voltar antes do tempo e não consegui manter o bom nível que estava tendo na competição. O ano que tinha tudo para terminar bem, terminou mal, já que não nos classificamos para a Série A.
Fora do Brasil, Paulo Miranda defendeu o Bordeaux, da França, e o Chivas, dos Estados Unidos.
- Minha única passagem no futebol europeu não poderia ter sido melhor. Fiquei na Franã de 2001 a 2004. Logo na minha primeira temporada fui campeão da Copa da França, jogando como titular na ala-direita e terminei a competição como vice-artilheiro, com oito gols. O mais incrível nesta conquista foi que a final aconteceu no mesmo estádio da final da Copa do Mundo de 1998. Estar naquele local e vencer um campeonato foi mágico. O filme da tristeza que vivi com a perda do título da seleção se misturou com a alegria da conquista da taça. Fora isso, a vida na Europa me encheu de conhecimentos. Lá fiz um curso de especialização e me tornei Sommelier (profissional especializado em vinhos), cresci financeiramente e aprendi a administrar melhor minha vida disse.
Paulo Miranda ficou apenas três meses nos Estados Unidos, mas afirma que a experiência doi válida.
- Joguei três meses pelo Chivas USA. Foram apenas 10 partidas, mas gostei muito de ter passado por lá. Com certeza voltaria caso aparecesse alguma proposta boa novamente. Como nuca tinha ido aos Estados Unidos antes, aproveitei para passear um pouco quando acabou a temporada. Fui na Disney, vi um jogo da NBA ao vivo. Foi tudo novo para mim e procurei aproveitar tudo lembrou.