Os desafios próximos Alexandre Campello no Vasco
Num intervalo de pouco mais de um mês, Alexandre Campello conseguiu escapar pela segunda vez de ser alvo de uma sindicância no Vasco para investigá-lo. Mas o presidente cruz-maltino sabe que isso não significa tranquilidade para trabalhar. Ele ainda precisa colocar as finanças em dia e se articular politicamente para evitar novos problemas.
A votação que decidiu não abrir investigação contra Campello foi apertada, com diferença de oito votos a favor do presidente. Está claro que a situação é volátil - e que a oposição segue em cima fiscalizando sua gestão.
Uma das tarefas do presidente ficou clara após o discurso de Eurico Brandão, o Euriquinho, filho de Eurico Miranda. No que foi considerado o ato decisivo da votação, o filho de Eurico Miranda se declarou contra a sindicância, mas ressaltou que Campello precisa melhorar seu relacionamento político.
Aliado na última votação, o Casaca! - ou pelos uma parte do grupo que rachou ao meio há alguns meses - se aproximou de Campello, mas é considerado improvável que faça parte da diretoria.
Por outro lado, beneméritos que davam apoio ao presidente, como José Luís Moreira e Antonio Peralta, estão em Portugal e não puderam comparecer à votação. Suas ausências caíram mal entre aliados da gestão.
O tato político é uma das principais queixas contra Campello. Até mesmo aliados e membros da diretoria afirmam que nos últimos tempos o presidente se afastou das questões do clube para focar no futebol - onde centraliza as decisões e acumula a vice-presidência.
Hoje, uma das pessoas mais próximas de Campello - e em que ele mais deposita confiança - é Adriano Mendes, vice-presidente de Controladoria.
Adriano, aliás, toca um dos projetos prioritários do clube: o empréstimo de R$ 30 milhões para estabilizar as finanças a curto prazo e a reestruturação da dívida, através de um fundo de investimento. A expectativa é de que os temas sejam analisados na próxima segunda-feira, em nova reunião do Conselho Deliberativo.
Dos R$ 30 milhões pedidos, os conselheiros aprovaram R$ 10 milhões, com a ressalva de que sejam usados exclusivamente para o pagamento de salários atrasados. Hoje, o clube deve três meses aos funcionários. Entre os jogadores, são dois meses de atraso na carteira de trabalho e três de direitos de imagem.
Balanço gera questionamentos
Não há dúvida de que a oposição ficará de olho no uso do dinheiro. Mas este não é o único assunto fiscalizado de perto. O balanço divulgado em abril é alvo de questionamentos por conselheiros, que acreditam que ele não reflete acuradamente a situação financeira do Vasco. Segundo eles, o superávit só foi alcançado devido a estornos de despesas relativas à gestão de Eurico Miranda.
- O que a gente percebe é que tem um alarde muito grande em relação ao superávit, mas é só olhar a situação financeira do clube. Isso não quer dizer nada. Na nossa avaliação, se os padrões fossem feitos de maneira correta, não haveria superávit, mas déficit. Os auditores deram ressalvas. Entende-se que não conseguiram comprovar porque a informação não foi disponibilizada - afirmou Antônio Miguel, conselheiro do clube.
Fonte: geMais Lidas
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