Futebol

Opinão: Dez motivos para o vexame contra o Bahia

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São vários os motivos para explicar a vergonhosa noite vascaína em São Januário. Por pontos, para que minha opinião não deixe dúvidas:


1. O Bahia jogou demais, explorou os equívocos vascaínos e fez sua melhor atuação em 2012. Bom lembrar que no futebol a equação real é bem diferente daquela usada pelo torcedor ferido. Um time não perde. Há um outro que vence. E normalmente é esse lado da balança que pesa mais.

2. O Vasco jogou com muitos desfalques. Explicando ainda melhor: o que restou daquele grande time, que orgulhava os vascaínos até junho, foi ainda mais enfraquecido pelas Seleções Brasileiras de vida, lesões, suspensões e faniquitos.

3. Cristóvão Borges foi infeliz na escalação. Fabrício improvisado não funciona (nem como zagueiro). Luan e John Cley sentiram a pressão. Jonas está fora de forma e roliço. Eder Luis não consegue ser metade do que um dia foi com a camisa 7 do Vasco. Tenório deveria estar desde o início ao lado de Alecsandro.

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4. O torcedor do Vasco precisa tomar um choque de realidade. Desde março de 2011 até junho de 2012, acostumou-sr a ganhar muito e perder pouco. Porque tinha um grande time. Uma equipe que, além de boa, gostava de defender a camisa do clube. Houve liga, comunhão e vontade de acertar. O desmonte de julho foi fatal e acabou com essa espinha dorsal.

5. O Vasco agora não tem um time desprezível (longe diss0), mas está enfraquecido. O lado direito com Fagner e Eder Luis era fatal. Não existe mais (mesmo com a \"falsa\" presença desse atual incompreensível Eder Luis). Rômulo é ótimo volante e combinava com qualquer segundo volante. Allan era mais titular do que qualquer um. E Diego Souza&

6. Lembro bem quando disse aos vascaínos após o famoso gol perdido de Diego Souza contra o Corinthians. Ele não perdeu o gol de sacanagem. Perdeu porque estava lá para fazer. Se perdeu, paciência. Mas de novo ele estava presente num momento decisivo, sem se esconder. Ruim com ele, pior sem ele. Meia dúzia de times no Brasil tem um meia ofensivo e decisivo como Diego Souza. O Vasco tinha, perdeu e não se mexeu para suprir sua ausência.

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7. Em menos de um ano e meio, Diego Souza decidiu clássicos contra Flamengo, Botafogo, Santos, Grêmio, Cruzeiro, Atlético Mineiro& Fez golaço na Libertadores. Brigou com companheiros, foi para dentro, provocou, pediu apoio dos torcedores e até dormiu. Sim, vez em quando DS tirava uma soneca em campo. Sumia. Mas várias vezes ele acordou para resolver. No mínimo, para incendiar. Achar que Carlos Alberto poderia substituí-lo, com todo respeito, é ser inocente demais. Ou simplesmente não entender do riscado.

8. O Vasco tem condições de terminar o campeonato na G4. Mas primeiro precisa se reconstruir tempo recorde. A direção, que teve a soberba de achar que não eram necesssários tantos reforços para corrigir o desmonte, tem dois dias para acalmar a boleirada até a partida contra o Palmeiras. Juninho Pernambucano mais uma vez terá que ser o elo desse momento. Recuperar a confiança do time.  Dar respaldo a Cristóvao Borges. Aparar arestas, sejam quais forem. E, principalmente, trazer o torcedor de volta.

9. Não adianta querer voltar a junho. O time  não é mais aquele. Mas ainda é capaz de brigar em cima. Sem desfalques, é claro. Não dá para ser campeão brasileiro. Mas é possível jogar a segunda Libertadores consecutiva. Pensar em demitir Cristóvão Borges agora é uma válvula de escape que não duraria três rodadas. Qual a vantagem de trocá-lo por Joel Santana, Antonio Lopes ou Renato Gaúcho? Marcelo Oliveira? Uma aposta. Mude o treinador, perca o grupo e conheça o fundo do poço.

10. O Vasco não pode jogar fora por causa de um período ruim tudo que conseguiu, conquistou e evoluiu desde 2009. Não é difícil se reorganizar internamente e levar esse equilíbrio para o campo. Não dá para ganhar sempre. As derrotas (inclusive as feias) fazem parte do curso da história. Mas é possível ser o Vasco de verdade eternamente. Grande, estratégico, olhos bem abertos e com poder de transformação  até nos seus piores e mais dolorosos momentos.

Fonte: Blog de Lédio Carmona