Opinião: Um empate que atrapalha

O Vasco estava em vantagem e teve até a chance de matar o jogo no contra-ataque.

Mas não seria exagero dizer que os cruzmaltinos andaram recuando mais do que deveriam, deixando que as mudanças promovidas pelo Fluminense, tornando o time mais ofensivo, levassem ao 1 a 1.

Na realidade, com um pouquinho menos de ansiedade, nos últimos dez minutos, o Tricolor poderia ter até vencido, embora o resultado, pelo que fizeram as duas equipes, uma em cada etapa, tenha sido justo. O Vasco foi melhor no primeiro tempo, mais ágil no meio e objetivo na frente, pondo em prática a movimentação que confundia a zaga tricolor com freqüência.

O time só pecava ao deixar deixar espaços em excesso com o avanço dos alas, especialmente no setor direito, do que aproveitou-se o Fluminense para criar as duas oportunidades que teve na etapa, a melhor numa cabeçada de Somália para fora, após cruzamento de Júnior César.

Mas foi enfim o Vasco que saiu em vantagem para o intervalo, explorando a principal deficiência de Fernando Henrique, que costuma falhar emchutes longos, como o que desferiu Darío Conca aos 37 minutos.

O Fluminense trocou Rodrigo Tiuí por Alex Dias e voltou melhor para o segundo tempo, partindo com velocidade, procurando pressionar. E o Vasco, estrategicamente recuado, foi cercando o Tricolor, que não encontrava solução, tanto que Renato Gaúcho, aos 19 minutos, decidiu substituir Rafael e David pela dupla Cícero e Soares. Em função disso, aliás, o Fluminense ficou até bastante exposto, dando ao Vasco a possibilidade de liquidar a fatura, em três saídas com velocidade.

Mas a ousadia de Renato acabou sendo premiada aos 33 minutos, quando Thiago Neves, em lance pessoal, foi à linha de fundo e levantou na cabeça de Cícero, que empatou. Na seqüência, o Tricolor, mesmo desordenado, tentou a vitória, mas o adversário segurou o resultado, que na prática não mudará muito a vida do Fluminense, mas que é péssimo para o Vasco e suas pretensões no Brasileiro.