Futebol

Opinião: "Não convém apostar" (Sérgio Cabral)

O clássico de hoje, Grêmio x Vitória, reúne dois times que, por enquanto, não pertencem ao grupo dos altos e baixos, embora o Vitória tenha visitado a turma dos baixos quando perdeu para o Atlético Mineiro. O Brasileirão é uma competição marcada por resultados inesperados, como as goleadas sofridas pelo Figueirense para o Grêmio e do Atlético Mineiro para o Vasco.

Por isso, não me arrisco nem a prever a vitória do Palmeiras sobre o Ipatinga, já que o jogo será no Ipatingão e o time da casa, embora seja o último colocado, está exigindomuito esforço dos seus adversários nos últimos jogos. É um campeonato tão maluco que, muitas vezes, uma vitória é suficiente para um time sair da zona de rebaixamento e subir quatro, cinco posições.

Não me lembro de um Brasileirão tão equilibrado quanto o atual. Até a vizinha gorda e patusca do Nélson Rodrigues sabe que ostentam não só uma posição melhor na tabela como também maiores públicos os clubes com mais altos do que baixos. Repito a aparente bobagem dita pela personagem do nosso grande cronista, porque me dói muito saber, como vascaíno, que meu clube do coração é o quarto pior colocado em matéria de público. Afinal, não custa lembrar que o melhor meio de transporte entre as casas dos torcedores e os estádios é a esperança de vitória.

Pertenço a uma minoria de idealistas que imagina ser recomendável a presença da torcida exatamente quando o clube mais precisa dela, ou seja, nas fases ruins.

Presença, é claro, para apoiar o time, não para ameaçar jogadores, como fez um grupo de vascaínos que deixaram Morais tão apavorado que nem quis jogar contra o Atlético. Minha solidariedade a Morais, que merece ser tratado com a mesma delicadeza com que ele trata a bola.

Acabei falando muito do Vasco e quase não abordava, como já o fez Mauro Beting, o trabalho de Cuca recuperando o Santos, que ainda não saiu definitivamente da zona do rebaixamento, mas começa a ter mais altos do que baixos.

Fonte: Lance