OPINIÃO: Uma odisséia futebolística
Por causa do horário de fechamento do jornal fiquei impedido de comentar mais detalhadamente o clássico Vasco e Botafogo. À essa altura dizer que foi um jogão seria redundância, mas, mesmo consciente da minha falta de originalidade, vou dizer com todas as letras: foi um j-o-g-ã-o!
Acho que o leitor há de me perdoar, pois também deve ter sido gratificante para ele, nesse cenário meio nebuloso de início de temporada, assistir a uma partida com tantas alternativas, dessas que deixam o torcedor sem fôlego.
Aqueles 12 minutos em que cinco gols foram marcados mereciam entrar para uma antologia. Só consigo me lembrar de uma ocasião em que aconteceu algo parecido. Foi naquele Alemanha e Itália da Copa do México em 70, quando no tempo regulamentar a partida terminou empatada em 1 a 1 e na prorrogação a Itália acabou vencendo por incríveis 4 a 3.
Pois era impressionante a rapidez com que os gols se sucediam. Foi como se os jogadores tivessem combinado. \"Pôxa, o Maracanã está reabrindo, a torcida compareceu, os clubes cariocas terminaram o ano passado meio em baixa, vamos então dar um jeito de injetar auto-estima ao futebol dessas bandas\". Conseguiram.
É verdade que alguns gols saíram em falhas individuais clamorosas, mas há de se ressaltar, sobretudo, o desprendimento, a volúpia com que as equipes se atiravam ao ataque. Existia nisso um quê de heroísmo. Destemor não faltava. E o que seria também do futebol sem erros? Só se fosse praticado por robôs e aí ele não seria a paixão que é.
O fato é que a partida foi apoteótica. Até eu, crítico implacável do Baixinho (foto acima) nos últimos tempos, vibrei com seus gols. Brotavam com a mesma naturalidade com que Lúcio Flávio (foto abaixo) deixava seus companheiros na frente do atrapalhado goleiro Roberto. Aquilo tudo parecia meio inverossímil... Como nesses sonhos em que o \"estranho\" em doses elevadas nos faz ter a certeza do breve despertar.
Mas tudo era realidade, nua e crua. Tanto que fiquei com uma ponta de inveja de quem estava no estádio, vendo tudo de perto. Contudo, não me faço de rogado e neste domingo vou preparar minha coluna no Maracanã. É fato que as obras não terminaram, que a aparência da área que foi a geral um dia traz uma sensação de abandono, porém, nada que comprometa a alegria de ver o estádio reaberto, com o gramado transformado num verdadeiro tapete.
Torço para que Flamengo e Fluminense façam um jogo tão espetacular quanto Botafogo e Vasco fizeram. O futebol carioca está precisando.
Além dos jogadores expulsos, a nota triste do clássico foi a atitude do Renato Gaúcho depois do jogo. Até estranho, sendo ele um malandro velho, essa insistência em culpar abertamente os jogadores pelas derrotas. Domingo aconteceu de novo e acho que muita gente já deve estar torcendo pela sua queda. Não duvido nem um pouco se houver um boicote do time.
Renato ficaria muito melhor na fita se simplesmente reconhecesse que ele foi quem mais errou. Com suas substituições equivocadas (colocando dois atacantes), o Botafogo ganhou o meio-de-campo e definiu a partida. Não sei não, mas se o Vasco perder para o América no sábado... No mínimo vai começar uma fritura, se já não começou.
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