Opinião: "Um artilheiro, uma dúvida"

Foram semanas de negociações. Idas e vindas, boatos. E nesta quinta-feira, finalmente, o Vasco reapresentou o atacante Élton, um dos artilheiros da Série B 2009 (aliás, agora o cruzmaltino passa a ter dois deles, depois da contratação de Rafael Coelho). Talvez se o negócio tivesse sido fechado em meados de dezembro, o torcedor vascaíno teria achado ótimo, mas, e agora? Valeu a pena trazer o camisa 9?


No primeiro semestre Élton nem fez tantos gols, mas, agradou pela disposição
Já me adianto dizendo que não achei a contratação de Élton necessária. O Vasco tem dois centroavantes do elenco, Dodô e Rafael Coelho, há uma pequena possibilidade de se formar uma dupla, utilizando esses três nomes. Afinal, o “artilheiro dos gols bonitos”, até pela idade, tende a ficar mais fixo na área; o atacante vindo do Figueirense é um jogador de explosão; enquanto Élton, jogou o segundo semestre de 2009 bem mais dentro área, normalmente se posicionando entre os zagueiros.

Para isso, achava mais necessário o Vasco trazer um atacante de mais movimentação. Pois de fato, com essas características, só tem Rodrigo Pimpão no elenco. Carlos Alberto, Caíque e Phillipe Coutinho, eventualmente podem fazer essa função, mas, de origem são meias, e por lá, devem ficar. Se falou em Rafael Sóbis, mas, outros nomes poderiam ser contratados como Herrera, que interessava ao clube antes de ir para o Botafogo; Muriqui, que se destacou no Avaí; ou Leandro, que estava no Japão e acabou indo para o Grêmio.

Além disso, há outro problema com Élton, que foi muito bem diagnosticado pelo jornalista Lédio Carmona em sua coluna para o Jornal Extra, há alguns dias atrás. Na última temporada ele foi dois jogadores diferentes. O primeiro apareceu durante o Carioca e jogou até as semi-finais da Copa do Brasil. Voluntarioso, raçudo, foi peça fundamental no ótimo primeiro semestre vascaíno. Porém, com o começo da Série B, ele passou a ser um centroavante trombador, e também ganhou uma “máscara” enorme. Passou a ser um jogador reclamão e que se dedicava menos ao elenco, pensando mais em se tornar artilheiro do que qualquer outra coisa. Pelo menos, essa era a impressão que passava ao torcedor.

Resta saber qual deles retornará ao Vasco. Se o primeiro voltar, ele pode brigar pela vaga de titular, e até vencer a disputa. Já se o segundo vier de novo a São Janu, provavelmente, não ganhará a disputa com Dodô e Rafael Coelho. Aí, lá para maio ou junho ele arruma as malas e vai jogar no Catar, Ucrânia, ou qualquer canto inóspito do futebol.

Agradecemos ao nosso colaborador Bruno Guedes, do site Rivais do Rio, pelo envio da matéria.

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