Opinião: "Pra não perder os árbitros de vista"
Por Marcondes Brito
Os erros de arbitragem foram decisivos para apontar os finalistas do Campeonato Carioca. No sábado, o beneficiado foi o Botafogo. No domingo, o Vasco foi escandalosamente garfado.
No futebol, quanto menos se fala da arbitragem, melhor. É claro que existem os eternos chorões, principalmente os técnicos derrotados, que buscam explicações nesses erros até para sustentar o próprio emprego.
Nas semifinais do Paulista, por exemplo, há quem reclame do excesso de cartões amarelos mostrados por Marcelo Rogério no clássico São Paulo 2×3 Santos. Não concordo. Num jogo como aquele, só um árbitro de pulso forte poderia controlar os nervos dos jogadores. E a sua atuação não comprometeu o resultado da partida, como vimos nos jogos do Rio de Janeiro.
Prefiro sempre acreditar na lisura de qualquer árbitro. Acho muito difícil alguém entrar em campo com a intenção deliberada de prejudicar esta ou aquela equipe.
Porém, ainda está vivo na memória o esquema de compra de juízes para a fabricação de resultados, denunciado em 2005 pela revista Veja, com o objetivo de favorecer apostadores de loterias clandestinas. Isso aconteceu em jogos do Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores da América, Copa Sul-Americana e Campeonato Paulista.
Então, para não perde-los de vista, precisamos enxergar o comportamento dos juízes futebol como aquelas pessoas que acreditam sem acreditar, ou desacreditam acreditando. Impossível não lembrar, a propósito, o citadíssimo adágio espanhol que diz: Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay
- SuperVasco