Torcida

Opinião: "Podre poder paralelo"

Não há uma só semana em que o noticiário esportivo consiga se livrar das torcidas organizadas. O motivo é sempre parecido: ameaça, agressão ou invasão. O presidente do Fluminense, Roberto Horcades, há pouco admitiu distribuir ingressos gratuitos por temer retaliações. O presidente do Atlético-MG, Ziza Valadares, fez pior: renunciou em pleno Centenário. Ontem e hoje, num intervalo inferior a 24 horas, o Vasco passou pelo mesmo problema.

Ontem, a torcida invadiu o Vasco-Barra. Hoje, a invasão foi em São Januário.
Na minha concepção, quem vai ao trabalho dos outros, num horário tão comercial, não tem nenhuma ocupação na vida. Como pode um desocupado cobrar empenho a um jogador, se ele mesmo não produz, não trabalha, não faz nada na vida a não ser assistir a treinos e jogos de futebol? Foi gente dessa mesma espécie que fez Morais, um dos melhores jogadores do clube, trocar o Vasco pelo Corinthians. Quando foi que essa gente tão baixa, tão sem educação, tão desclassificada, ajudou o Vasco?

A torcida organizada está se transformando num poder paralelo. Um podre poder. Mas ainda há esperança enquanto houver polícia. E, se os vândalos invadem o trabalho dos outros para cobrar empenho, eu fico aqui, no meu trabalho, sem entrar na casa de ninguém, mas fazendo pedido parecido à polícia: mais empenho na caça aos falsos valentões, tão covardes eles são, que ameaçam acabar com o bom futebol e com a vida dos nossos jogadores.

Fonte: Blog de Marluci Martins