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Opinião: O sentimento não pode parar: mas tem um preço!

O Vasco aprovou na noite da última terça-feira do ano seu orçamento para 2009.

O clube prevê arrecadar cerca de R$ 60 milhões, gastando pouco mais de R$ 53 milhões, com superávit na casa dos R$ 6 milhões.

Se vai respeitar o planejado, se vai conseguir atingir os números previstos, não sei _ na verdade, poucos conseguem em anos normais, quiçá num momento complicado como o ano que vem por aí.

O que me preocupa, no entanto, é o R$ 1,2 milhão mensal orçado para o futebol, algo em torno de R$ 15 milhões por ano _ 25% do orçamento total.

Se for verdadeiramente isso, a caminhada de retorno à Série A será perigosamente difícil.

Para se ter idéia, o Corinthians gastou R$ 2,5 milhões por mês para voltar à divisão principal em 2008.

O Barueri, que não tinha a pressão dos grandes, subiu gastando R$ 1 milhão mensais.

Por isso Roberto e cia. não devem cair no conto de que o Vasco voltará à elite com orçamento modesto.

O futebol é o combustível da paixão e só mesmo incendiando-o é que o clube obterá o retorno esperado tanto nas receitas sociais quanto nas bilheterias.

É preciso, urgentemente, contratar um gestor superintendente para o futebol, deixando Carlos Alberto Lancetta para as tarefas rotineiras _ e depois pelo menos dois jogadores de alto nível técnico.

E para isso não se deve medir sacrifícios, não se deve oferecer migalhas _ é preciso que se mostre a força do Vasco, a pujança do Vasco.

A imagem do departamento de futebol do clube está arranhada e basta uma simples caminhada nas areias da orla carioca para saber como os boleiros (jogadores, técnicos e agentes) vêem a coisa.

E os comentários brotam dali para o mundo _ basta um telefonema, um email, um almoço ou jantar.

Por isso Maurício escolheu o Palmeiras.

Por isso Jaílton e Leandro Amaral preferiam o Fluminense.

Por isso Nadson optou pelo Vitória.

Isso sem falar nas saídas de Wagner Diniz e Madson.

O Estadual poderá até servir como um laboratório para a preparação do time que disputará a Série B.

Mas o resgate da auto-estima dos vascaínos tem de ser feito agora, já! _ antes mesmo de a bola rolar.

Caso contrário, periga o sentimento parar.

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