Opinião: O futebol do Rio está em festa só nas arquibancadas
Neste ano, a esperança durou um pouco mais. Mas, mais uma vez, o futebol do Rio fracassou no Brasileiro. O Botafogo chegou a liderar por mais de dez rodadas, abriu oito pontos de vantagem, mas, quando entrou numa fase ruim, não teve equilíbrio e afundou.
O Vasco subiu menos e caiu ainda mais. O Fluminense deve terminar na frente. Mas o final foi como nos outros anos.
O Brasileiro de 2007 aponta uma série de recordes negativos. No decênio 1998-2007, há apenas um título para o estado (o de 2000) e nenhum vice-campeonato. Isso nunca havia acontecido. Também é inédito o Estado ficar sete anos sem comemorar um caneco.
Quando em meados dos anos 90 surgiram os primeiros sinais fortes de decadência, os dirigentes os menosprezaram, argumentando com os títulos de Botafogo (95) e Vasco (97), sem perceber que não mais do que uma equipe chegava Neste século, esses times nem conseguem aproveitar o inchaço da Libertadores.
Obtiveram só três vagas em sete anos, por meio da Copa dos Campeões (Fla em 2001) e da Copa do Brasil (Fla em 2006 e Flu em 2007).
Ficam atrás até dos pequenos do futebol paulista (aliás, onde foi parar a tal força do interior? Está quase indo para a Série C).
E no atual modelo de Brasileiro, a tendência fica mais difícil de mudar no curto prazo. A disputa de pontos corridos premia a regularidade em vez do poder de decisão, e isso, como já se viu, faz a alternância cair consideravelmente.
São Paulo, Santos e Cruzeiro têm vagas quase cativas entre os primeiros. E o resto...
O Rio é um dos estados-chave para o futebol do Brasil. Está claro que o atual modelo de dirigentes está ultrapassado. Chega de soluções mágicas, como acordo do TRT, Timemania e estádio a preço de banana.
É preciso reagir, trazer novos modelos de gestão, mais transparência, democracia e eficiência.
Se não for por mais ninguém, que seja pelas torcidas. A festa nas arquibancadas do Rio, especialmente nos jogos do Flamengo e do Fluminense, é de longe a melhor notícia do futebol brasileiro dos últimos anos. Esses caras merecem times melhores. E especialmente, dirigentes melhores.
O colunista Marcelo Damato (marcelo@lancenet.com.br) escreve no LANCE! às quintas e domingos.
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