Opinião: "Menos romantismo e mais realidade."
Por João Vitor Carvalho
Este é com certeza o pior momento de Dorival Júnior à frente da equipe do Vasco. Os questionamentos acerca do seu trabalho borbulham nos fóruns de discussão. Pela primeira vez na temporada o treinador ouviu o coro de burro, ouvido por absolutamente todos os técnicos de futebol profissional do mundo, sejam eles bons ou ruins. Esse é o preço que paga aquele que decide comandar um time com seus 15, 20 milhões de técnicos, um mais sabichão que o outro. Embora alguma de suas opções não sejam do nosso agrado, temos que reconhecer e aplaudir seu trabalho. Já escrevi isso, e repito, Dorival foi contratado para levar o Vasco a primeira divisão, coisa que faz sem maiores sustos. E se ele insiste em alguns jogadores nitidamente pernas de paus que ele inventou, lembremos que todo o time do Vasco foi inventado por ele, tanto os bons jogadores, quanto os ruins. Devemos cobrá-lo por aquilo para que foi contratado: Inventar um time capaz de subir e se possível ser campeão da série B.
Os comentários que li em geral diziam que com Amaral, Matheus, Adriano, Pimpão, Paulo Sérgio, Fagner, Vilson, Gian, Robinho, e claro, Enrico, não dá para o Vasco pretender grandes coisas. Desculpa Lédio, mas terei que parafraseá-lo: Ohhhhhh... não digam. Foi hoje mesmo que vocês descobriram que nosso time é de série B? Foi preciso chegar até aqui, no finalzinho do campeonato, com os dois pés cravados na série A, para descobrirem o óbvio ululante? Mas o pior não é isso.
Pior mesmo é que, sabendo disso tudo, sabendo que muitos jogadores que estão lá no nosso Vasco não estão à altura de nossa tradição e grandeza, ainda insistem em chamar o técnico de burro. Esse técnico, que nos levou até a primeira divisão, quase nos pôs na libertadores, e que tira leite de pedra. Você acha que ele escala o Amaral, Matheus, Adriano, Pimpão, Paulo Sérgio, Fagner, Vilson, Gian, Robinho, e claro, o Enrico, só porque ele quer? Não, é porque ele precisa. Se fossemos jogar as partidas apenas com jogadores a altura de nossa tradições, jogaríamos com 5 dentro de campo, sendo um deles, indiscutivelmente, o goleiro.
E por falar em nossa grandeza e tradição, devemos atentar, antes de tudo, que não disputamos sequer uma divisão que esteja à altura dela. Sejamos coerentes e cobremos futebol de Vasco da Gama ano que vem, quando, espero, tenhamos um time à altura de Vasco da Gama. Muita gente espera que o Vasco seja aquele das boas e velhas lembranças, o que vai pra cima dos adversários, vence por 3, 4, 5, 8 a 0. O Vasco idealizado. Mas aí eu te pergunto: Dá pra montar um time assim quando se tem Amaral, Matheus, Adriano, Pimpão, Paulo Sérgio, Fagner, Vilson, Gian, Robinho, e claro, Enrico? Menos romantismo e mais realidade.
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