Opinião: Melhora no Vasco por troca de técnico é uma incógnita
Em situação dramática no Campeonato Brasileiro, o Vasco optou por uma velha receita para tentar escapar da segunda divisão em 2014: a diretoria do clube decidiu demitir o técnico Dorival Junior e contratar Adilson Batista. O novo treinador chegou otimista e prometeu fazer o impossível para ajudar o time. A pergunta é se ele terá tempo para tanto. Faltando apenas sete rodadas, é possível mudar uma equipe afundada em problemas e transformar uma história de terror para a torcida em uma de superação?
Trocar de técnico quando o time está mal é recurso praticamente tão antigo quanto o futebol. E também sabe-se que tal atitude é um tiro no escuro. Às vezes dá certo, e estas são as que mais chamam atenção; noutras, não adianta nada. Assim, não há garantias de que o Vasco vai escapar da degola ao colocar Adilson Batista no lugar de Dorival Júnior.
A rigor, não se sabe nem se o time vai melhorar, considerando-se como meio que comparação o que vinha apresentando até agora. E por quê? Porque o time é fraco. O elenco é composto em sua maioria de jogadores ruins, refugos de outros clubes, que se escoram no cansado talento de Juninho Pernambucano e na ousadia juvenil de Marlone e de Willie. E no bom desempenho de Pedro Ken como volante. Tecnicamente é pouco.
Outro recurso utilizado nessas horas pelo técnico que chega é tentar motivar o grupo. Mas como motivar um elenco sem confiança, que convive há meses com atraso nos salários e que enfrenta pressão dos torcedores – alguns deles reclamam até de modo intimidador.
Tempo para dar “nova cara” ao time Adilson não tem. Vai ter de apelar para um esquema de emergência, seguro e prático. Dará certo? A incógnita é ainda maior pelo fato de o próprio Batista há muito tempo não conseguir fazer um trabalho digno de nota.
Fonte: Almir Leite – Estadão