Opinião: Jornalista vascaíno comenta o aniversário do clube
Há muito tempo deixei de ser torcedor. É impossível você ser um bom jornalista, neutro, e ter uma relação passional com um clube. Pelo menos na minha opinião. Claro que não sou hipócrita e, se me perguntam, eu digo que sempre gostei do Vasco. Meu avós, Lourenço e Odette, eram e são vascaínos. Meu pai, Seu Carmona, é Vasco. Meus primeiros são cruzamaltinos. Passei minha adolescência entre São Januário e Maracanã. Aplaudi muito Roberto Dinamite. Vi vitórias espetaculares; empates estranhos; e derrotas terríveis.
Porém... Desde 1986, quando comecei a trabalhar no Jornal do Brasil, ganhei uma distância natural. Gosto, tenho carinho, mas desaprendi a torcer. Às vezes reclamo que essa ruptura foi brusca demais. Mas, enfim, acredito ser o mais correto para a neutralidade do meu trabalho.
Hoje, num momento em que o Vasco tem tantas resistências pelo país, cambaleia por ter sua imagem associada à de um cartola e pena com um dos times mais fracos da história, o que o verdadeiro vascaíno deveria exigir e sonhar é com: raça, autenticidade, dedicação, credibilidade, leveza e paz. Creio que, mais do que títulos, é isso que mais faz falta ao clube.
Parabéns ao Club de Regatas Vasco da Gama.
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