Opinião: "Eurico, um deprimente legado"
Deprimente legado
Por Fernando Barros
“Não sei se foi a maior tristeza porque ele estava muito decepcionado com muita coisa que aconteceu esse ano. Se eu falar que não vou ficou triste, vou estar mentindo. Mas que ele contribuiu muito com o Vasco, contribuiu. As pessoas podem até dizer que foi da forma errada, mas ele ajudou”. Foi com essas palavras que Álvaro Miranda, filho de Eurico Miranda (ex-presidente do Vasco), respondeu ao ser perguntado sobre as decepções que sue pai sofrera nesse ano, pouco após perder a eleição para presidente do Vasco para o ex-ídolo cruzmaltino Roberto Dinamite.
O que mais impressiona não é a declaração em si, mas sim o trecho no qual Álvaro diz que seu pai ajudou o Vasco não da forma mais correta, mas que fez de coração. Ora, que tipo de pensamento limitado é esse? Parece mais os defensores de políticos da estirpe de Paulo Maluf e Antônio Carlos Magalhães que diziam: ele rouba, mas faz. É justamente esse tipo de pensamento que atrasa o nosso futebol. Não importa quais medidas forem tomadas, o importante é fazer seu clube ganhar, mesmo que de forma inescrupulosa, e fazer seu nome crescer politicamente, contanto que seja feito ‘de coração’.
O Vasco parece ter se livrado seu maior mal, ainda que não por completo, pois Eurico ainda possui prestígio junto a alguns poderosos do clube, porém Roberto terá muito trabalho para se livrar de toda a escória que ainda permanece no clube. O pior legado que Eurico deixou no clube não foi a sua má administração ou as sombras da corrupção, mas sim, a instauração desse pensamento incorreto, desonesto e imoral que ainda deve permanecer por um longo tempo na cabeça de seus seguidores.