Opinião: Escolhas de Dorival estão em xeque após 2 tempos distintos
No post antes da partida contra o Náutico, eu havia dito que o Vasco precisava encarar o adversário com a mesma seriedade que teria ao encarar o líder do campeonato. Pois o time jogou com seriedade todo o primeiro tempo e realizou uma partida horrenda. Após o intervalo, a bem da verdade, só precisamos jogar sério por uns 10 minutos para resolver a partida.
A diferença? Dessa vez não há quem não acerte na mosca: a dúvida que todos tinham era se Dorival escalaria Pedro Ken ou Marlone no meio de campo; o treinador resolveu inventar, escalou os dois e deixou logo o Juninho de fora. Ou seja, tínhamos um meio de campo formado por Abuda (que só consegue marcar), Wendel (que tenta marcar, tenta criar e não se sai bem em nenhuma das funções), Ken (que não parece tentar nada) e Marlone (que tenta tudo, mas sozinho).
Não teria como dar certo e não deu mesmo. O Náutico, mesmo fragilizado pela péssima campanha e com o moral pra lá de abalado, conseguiu evitar que o Vasco fizesse qualquer coisa na primeira etapa. Tanto que o melhor lance foi dos donos da casa, quando acertaram uma bola no nosso travessão. E se na frente não tínhamos objetividade, defensivamente ainda não conseguíamos nos acertar, dando espaços inaceitáveis para uma meiúca com três jogadores que, em teoria, deveriam saber marcar.
A incapacidade de construir um resultado que nos interessasse abriu os olhos do Dorival, que no intervalo enxergou o óbvio e colocou Juninho e Dakson nos lugares de Pedro Ken e Wendel. E com as alterações, precisamos de meros seis minutos para chegar à vitória. Primeiro, com um bonito gol do Willie, após receber uma excelente bola de Dakson aos quatro minutos. Dois minutos depois, Juninho iniciou a jogada, Willie centrou para a área e Marlone ampliou.
Depois disso, o Vasco não precisou mais jogar com toda a seriedade e pôde cozinhar o jogo o quanto quis, até porque ficou visível o abatimento de um adversário fraco e que tinha feito uma partida menos de 48 horas antes. O Timbu não teve forças para nos ameaçar em nenhum momento e se forçássemos mais um pouquinho, poderíamos ter goleado. Mesmo jogando em ritmo de treino, ainda marcamos mais um, novamente com Marlone, aos 45 minutos. A diferença de desempenho do time nas duas etapas do jogo coloca em cheque a insistência do Dorival em algumas das suas escolhas. Hoje ficou claro que a equipe rende mais quando o Juninho tem com quem dividir o trabalho da criação e que as qualidades táticas (?) do Pedro Ken não compensam sua manutenção como titular. Com Guiñazu e Sandro Silva ainda fora de combate, ainda dá pra entender a permanência do Wendel no time; já a do Ken não há mais como explicar.
A vitória nos dá um pouco mais de fôlego na competição e nos ajudou a dar uma bela subida na tabela. Mas para nos mantermos na “primeira página” da classificação, Dorival precisará rever seus conceitos já para a próxima partida. Contra o Furacão, se quisermos vencer, não poderemos apenas jogar sério, teremos que jogar bem.
Fonte: ge- SuperVasco