Onze treinadores na zona de rebaixamento do Brasileirão
Se fossem clubes, muitos treinadores com atuação no Campeonato Brasileiro de 2008 estariam lutando para não cair para a Série B. Cinco teriam índices preocupantes: Antônio Lopes, Cuca, Paulo César Gusmão, Roberto Fernandes e Vágner Benazzi. E um time inteiro de técnicos seria rebaixado se o torneio terminasse hoje: Abel Braga, Estevam Soares, Giba, Guilherme Macuglia, Mário Sérgio, Pintado, Renato Gaúcho, Ricardo Drubscky, Tita, Vadão e Valdir Espinosa.
Desses 16 treinadores, 11 não têm como melhorar seus desempenhos porque já deixaram seus empregos.
Um deles é Pintado, que tem a pior relação entre pontos conquistados e disputados entre todos os treinadores que comandaram um clube no Brasileirão-2008 (sem contar os interinos). A gestão do ex-jogador no Náutico durou apenas 20 dias, período em que só conseguiu um ponto em seis partidas. Aproveitamento de 5,5%.
Outros sete técnicos se despediram do Nacional com índices que os levariam para a Série B em 2009. Em seis jogos no comando do Goiás, Vadão obteve 16,6% dos pontos disputados (três em 18 possíveis). Número inferior ao do Vasco, último time que seria rebaixado se o Brasileirão terminasse hoje (33,3%).
O clube carioca tem o mesmo percentual de Estevam Soares e Tita. O primeiro ainda tem condições de avançar porque substituiu Valdir Espinosa no comando da Lusa. O segundo não obteve sucesso em São Januário e pediu demissão depois de sete jogos e sete pontos no Nacional.
O sucessor de Tita no clube carioca também estaria condenado à Série B com os números atuais. O "Renato Gaúcho Futebol Clube" ganhou 26,6% dos pontos que disputou em 20 partidas com Fluminense (19) e Vasco (uma).
Também estão abaixo da faixa-limite outros cinco treinadores que já estão fora da Série A: Giba (27,7%), Guilherme Macuglia (26,6%), Ricardo Drubscky (26,6%), Valdir Espinosa (25,9%) e Abel Braga (25%).
Um dos que ainda luta para incrementar seus números é o Mário Sérgio. Em cinco jogos no Brasileirão (quatro pelo Atlético-PR e um pelo Figueirense), o treinador somou apenas três pontos em 15 possíveis (uma vitória e quatro derrotas). Índice de 20%, que deixaria o "Mário Sérgio Futebol Clube" em último lugar no Brasileirão. Lanterna da competição, o Ipatinga tem 30% de aproveitamento no torneio.
A seu favor, o atual técnico do Figueira tem o pequeno número de jogos na competição. Permaneceu apenas três semanas no comando do Atlético-PR (quatro partidas no Brasileirão). E ainda tem tempo para tentar uma recuperação.
Já o "Cuca Futebol Cube" participou de praticamente todo o campeonato. Das 26 rodadas da Série A, o treinador atuou em 24, com três camisas diferentes: iniciou a competição no Botafogo, passou pelo Santos e atualmente está no Fluminense. Se fosse uma equipe, o "Cuca F.C." viveria uma situação semelhante a do time que comanda atualmente. Assim como o Flu, estaria lutando contra o rebaixamento.
Dos 72 pontos que disputou, obteve 26 (seis vitórias, oito empates e dez derrotas). Um aproveitamento de 36,1%. Na classificação do Nacional, o "Cuca F.C." estaria melhor que o Fluminense (32%). Mas ficaria abaixo do Santos (37%), que ocupa uma incômoda 14ª posição.
Como argumento, Cuca tem no currículo o fato de ter conseguido recuperar o Goiás no Campeonato Brasileiro de 2003. O treinador assumiu o comando da equipe na 11ª rodada, quando o time era o lanterna da competição, com apenas seis pontos em dez jogos. Sob a batuta do treinador, o Alviverde goiano empreendeu uma recuperação impressionante e terminou na 8ª posição, com 59 pontos.
Geninho veste terceira camisa no Brasileirão-2008
Outros quatro treinadores também lutariam para não cair se fossem clubes. Antecessor de Mário Sérgio no Figueirense, Paulo César Gusmão assumiu o posto de técnico do time catarinense quando a equipe ocupava a 14ª colocação. Chegou a levar o Figueira ao 7º lugar. Mas foi demitido após cinco derrotas consecutivas. O saldo em 18 jogos foi de cinco vitórias, cinco empates e oito derrotas. Índice de 37% (20 pontos ganhos em 54 disputados). Mesmo percentual do ameaçado Santos.
Assim como o atual treinador do Fluminense, Geninho comandou três clubes na atual edição do Brasileiro: Atlético-MG, Botafogo e Atlético-PR. E tem percentual de 44,4% de pontos ganhos (três vitórias, três empates e três derrotas). O rendimento melhorou com os dois jogos no Furacão, pelo qual foi campeão nacional em 2001 (um triunfo e uma igualdade, ambos em casa). Levando-se em conta apenas os jogos nos alvinegros mineiro e carioca, a taxa seria menor (38%).
Sucessor de Geninho no Atlético-MG, Alexandre Gallo permaneceu no comando do time mineiro por 14 rodadas, depois de iniciar a competição no Figueirense (duas partidas). E também registrou um percentual que não deixaria seu time particular em situação confortável no torneio: 41,6%. Como treinador do Alvinegro mineiro, conseguiu 16 pontos em 42 (quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas). No Figueira, obteve quatro pontos em dois jogos.
Roberto Fernandes tem percentual um pouco menor. Com duas passagens pelo Náutico e uma pelo Atlético-PR no Nacional-2008, o jovem treinador (37 anos) tem 40% de aproveitamento acumulado. Se contabilizados apenas os resultados pelo Furacão (três vitórias, quatro empates e oito derrotas), o Roberto Fernandes F.C. estaria na lanterna do Brasileiro (28,8%). Por outro lado, tem 56% de aproveitamento pelo Timbu. Se fosse um clube, estaria em quarto lugar no Nacional. Classificado para a Taça Libertadores.
Confira o aproveitamento de 18 treinadores no Brasileirão-2008, no link abaixo:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/Brasileirao/Serie_A/0,,MUL772834-9827,00.html
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