O Vasco e o desafio de marcar gols sem um centroavante autêntico
Uma penca de oportunidades criadas, outra penca de oportunidades perdidas e o Vasco por pouco não jogou fora os três pontos da vitória sobre o Grêmio Prudente.
Sem um atacante que possa ser considerado um goleador à disposição, o time de São Januário tem como desafio encontrar em Zé Roberto, Éder Luís e Carlos Alberto, caso o capitão volte contra o Fluminense, o faro de gol que o trio nunca teve durante a carreira.
O único garantido no clássico é o camisa 10. Zé garantiu o triunfo contra o Vitória, mas não teve a mesma pontaria contra o time do interior paulista. Foram ao menos três chances em que um artilheiro poderia ter outra sorte. Em boa fase, o jogador garante que a ausência de um camisa 9 na equipe não será problema para as próximas rodadas.
Para mim, não muda muita coisa. Durante a minha carreira, já atuei com atacantes de área, assim como com atacantes de velocidade.
Tudo é uma questão de treinamento para que os jogadores tenham afinidade. Assim sendo, as jogadas e os gols vão sair naturalmente disse.
Para muitos, o teste de fogo do Na história do futebol, é complicado encontrar equipes vencedoras sem a presença de um centroavante típico, ou ao menos um jogador com qualidade de finalização acima da média. Raros são os casos de atacantes que descobrem o talento para o gol tardiamente. Edmundo, em 1997, é um exemplo. Ao lado de Evair, teoricamente o artilheiro do time, o Animal trouxe para si um poder de fogo que nunca havia mostrado antes tanto que foi o artilheiro do Brasileiro, com 29 gols. A não ser que Éder e Zé passem por processo semelhante, é bom a torcida se acostumar com placares apertados.
Bate-bola com Roberto SDinamite, maior artilheiro da história do Vasco:
Como você avaliou a atuação do ataque do Vasco na partida contra o Grêmio Prudente, sem um atacante mais goleador, como era seu caso?
As peças estão se encaixando e isso vai acontecer com o tempo. O ataque tem características de muita movimentação e isso vai melhorar com o entrosamento. Quando isso acontecer, isso vai melhorar também o aproveitamento nas finalizações. O setor melhorou muito e tenho certeza de que o PC vai saber acertar a dupla de ataque.
Não faz falta um jogador com estilo mais goleador?
Sabemos que isso é importante e estamos acompanhando a recuperação do Nunes, sabemos que ele tem um problema de lesão.Mas o PC é um treinador bem versátil, sabe escalar o time com os jogadores que tem. O importante é que todos estão correndo, correspondendo.
Dá para acreditar em um ataque com aproveitamento melhor nas próximas partidas?
Espero um time ainda mais entrosado. Você pode ver que o Vasco criou muitas chances de gol na última partida. Isso éum bom sinal. Carlos Alberto estará voltando e teremos ainda mais opções pela frente.
E para esta partida contra o Fluminense, dá para sonhar com uma vitória diante do líder do campeonato, numa fase tão positiva na competição?
É um clássico e nós sabemos como é. Nosso time tem feito boas atuações. Se tivéssemos que apontar um favorito, teoricamente ele é o Fluminense. Mas o Vasco já mostrou que é forte também e capaz de brigar por algo melhor no Campeonato Brasileiro. É nisso que acredito.
\"A presença do 9 é mesmo fundamental\"
Erich Onida, editor do núcleo Vasco - Lance
Que Zé Roberto e Éder Luís são bons jogadores, não tenho a menor dúvida. Juntos, inclusive, tiveram uma boa exibição no jogo de domingo, contra o Grêmio-PP. Chances de gol não faltaram. Mas certo também é que uma equipe precisa ter lá dentro da área uma referência, o tal camisa 9 clássico. Pelo menos, esse seria o ideal. Mas no elenco doVasco, hoje, ela só poderia ser vestida por Nunes, que tem as características de um homem mais fixo, de receber e concluir, de brigar pelo alto com os zagueiros, de fazer o pivô para quem vem de trás...
Enfim, ainda falta o 9.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)
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