Futebol

O poder da voz

Recortes de jornal com provocações dos adversários, conversas ao pé do ouvido de cada jogador e muita ênfase à motivação.
Ao contrário do Flamengo, o Vasco não conta com um psicólogo na sua comissão técnica, mas a preparação para cada jogo é centrada no aspecto emocional e na gana pela vitória.

No dia em que eliminou o Fluminense da Copa do Brasil, quarta-feira passada, não foi diferente. O Vasco começou a ganhar a disputa na véspera. À tarde, nas Laranjeiras, o meia Petkovic afirmou que o time B do Vasco era melhor que o time A. À noite, em sua casa, Betinho, auxiliar-técnico vascaíno, leu as declarações na internet e teve a idéia.

- Imprimi a matéria no site do LANCE! e levei para o Renato usar na preleção. Ele mostrou e aquilo deu aos jogadores ainda mais vontade de vencer. Disseram que o Vasco estava com sorte. Mas pegamos o Flu quatro vezes este ano e não perdemos. Não pode ser apenas sorte - revelou Betinho.

Além de incendiar os ânimos do time com a frase de Petkovic, Renato incorporou outros detalhes interessantes à preparação para o jogo decisivo contra o Flu. Como sempre, a preleção aconteceu na concentração, em São Januário. Num quadro de madeira, ele prendeu folhas de papel, onde desenhou o esquema do Vasco e do adversário.

- Ele falou de jogador por jogador do Fluminense. Cada um sabia quem deveria marcar - conta o meia Abedi, reserva naquele jogo.

Pouco antes de a bola rolar, já no Maracanã, Renato voltou a falar com os jogadores. Mas, dessa vez, separadamente com cada um.

Usou características individuais para mexer com cada atleta. Por já estar há quase um ano no clube, e o grupo ter mudado pouco do ano passado para cá, Renato conhece muito da vida de cada um.

- Ele deu muita ênfase à motivação. Deixou cada jogador com uma vontade muito grande de vencer. A preleção foi fundamental para a nossa vitória - garante Betinho.

Fonte: Lance