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O esporte digital ganha terreno nos clubes brasileiros

Foto: Photo by Jeremy Bishop on Unsplash

Quando falamos em esportes, não existe nenhuma dúvida: a grande paixão do brasileiro é o futebol. O esporte rei é o tema das conversas cotidianas, ocupa horas e horas nos canais de televisão e os clubes são motivo de orgulho dos torcedores apaixonados. No entanto, o Brasil experimenta, de tempos em tempos, novas paixões, como foi com a seleção de vôlei treinada por Bernardinho, ou o UFC na época dourada dos brasileiros com Anderson Silva, José Aldo, os irmãos Nogueira e Vitor Belfot.

No entanto, a modalidade que desponta como a mais nova “queridinha” do Brasil — e de todo o mundo — são os Esportes Eletrônicos, conhecidos também como eSports. São os jogos digitais que movem uma verdadeira legião de fãs e estão ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional.

As organizações brasileiras, assim são conhecidos os times, também funcionam de forma similar aos clubes de futebol. Elas têm conseguido se destacar no cenário mundial e conquistar títulos nos mais variados esportes eletrônicos. É na base desse sucesso que os eSports crescem em território nacional.

Assim como nos clubes de futebol, que além do futebol muitas vezes também tem equipes de natação, basquete, vôlei e outros esportes, as organizações disputam campeonatos em diversos jogos como Counter-Strike, CS:GO, Rainbow Six: Siege, Free Fire, Fortnite, DotA2, League of Legends, entre outros.

O Brasil, por seu tamanho e população, é um terreno fértil para o nascimento de organizações. O país está muito bem representado por times sólidos e respeitados internacionalmente como são a paIN Gaming, Progaming, Keyd, RED Canids, Black Dragons, Team One, Loud, INTZ, MIBR. A lista é extensa e os sucessos também.

Foto: Photo by Jeremy Bishop on Unsplash

crescimento do mercado de eSports atrai cada vez mais público e patrocinadores, além de fazer o cenário cada vez mais atrativo para novos investidores. Por esses motivos, o número de organizações continua crescendo, no entanto, é a entrada de outros “players” que chama a atenção.

Os tradicionais clubes de futebol, que prezaram sempre pelo vigor físico, o suor e a dedicação em campo, estão abrindo suas portas para os eSports e formando elencos para a disputa de jogos eletrônicos.

Os clubes com as maiores torcidas do país, Corinthians e Flamengo, já entraram no mundo dos eSports e contam com esquadrões de respeito no Free Fire e no League of Legends. 

Ainda que o “Encontro das Nações”, nome que se dá aos enfrentamentos entre os times nos campos de futebol, não aconteça no mundo digital, as equipes estão colhendo frutos. Os alvinegros ganharam o título mundial de Free Fire em 2019, enquanto o rubro-negro ganhou o slipt do campeonato brasileiro no CBLOL. Além do Free Fire, o Corinthians também tem representantes no PES, e boatos dão conta de que o time do Parque São Jorge formará uma lineup para disputar torneios de Rainbow Six: Siege.

Santos e Cruzeiro são outros dois clubes tradicionais que investem nos eSports. O alvinegro da Vila Belmiro foi o primeiro a entrar no mundo digital. Em 2015, fez uma parceria de sucesso com a Dexterity, e após o fim da sociedade, o Santos seguiu investindo e conta com equipes que disputam torneios de League of Legends, CS:GO, Free Fire e Rainbow Six: Siege. O Cruzeiro entrou com tudo no Free Fire e conta com duas lineups para disputar os torneios nacionais desse jogo. O Vasco da Gama também está no campo virtual com seu representante na 1° divisão global do Efootball League.

Além dos tradicionais clubes de futebol, o mundo dos eSports também tem atraído a atenção de grandes empresas de diversos segmentos. A Vivo tem uma sólida parceria com a Keyd e patrocina a organização que disputa torneios por todo o mundo. Outras grandes empresas como a BMW e Coca-Cola patrocinam equipes e, especialmente, grandes eventos de League of Legends e DotA2. Dessa forma, as marcas alcançam um público jovem e mostram uma faceta progressista no campo dos anúncios.

Estes jogos mais tradicionais que, apesar de sua idade, recentemente se tornaram cada vez mais importantes online também são de grande interesse das marcas. Um desses casos é o poker online, em que as empresas especializadas estabeleceram seus próprios times de embaixadores, como a PokerStars com jogadores como Lex Veldhuis, que recentemente quebrou o recorde de maior audiência em uma transmissão de poker, e Jennifer Shahade, que é uma verdadeira especialista de jogos mentais. Além de jogar torneios profissionais de poker, ela também é campeã de xadrez e tem uma organização, a 9 Queens, que dá aulas de xadrez para meninas.

No xadrez também existe um crescente interesse de grandes empresas, porém, pela forma de funcionamento, o destaque recai sobre jogadores específicos e não equipes. Esse é o caso do Grande Mestre e atual número um do mundo, Magnus Carlsen, que tem uma série de patrocínios pessoais, incluindo o mais recente da Puma, empresa de material esportivo alemã. Na esteira do xadrez online, a Chess.com, uma das principais plataformas dedicadas ao esporte, acaba de anunciar uma parceria de longo prazo com o Grande Mestre, e desafiante do título, Ian Nepomniachtchi. A ideia é que Ian seja um embaixador da plataforma.

Há anos que os eSports estão crescendo e se tornando uma forma real de esporte. Esse mercado já se consolidou e, cada vez mais, aumentam os seguidores, as organizações e, consequentemente, os patrocínios. Os clubes de futebol, não apenas do Brasil, estão cada vez mais dispostos em ampliar suas fontes de renda, e o investimento em times de esportes eletrônicos se mostra, cada vez mais, um caminho seguro.

Fonte: SUPERVASCO.COM