Futebol

Nova lesão obriga o Vasco a se reinventar; veja o que muda a partir de agora

Na reta final de uma temporada em que disputa duas competições, o empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, no domingo, terminou com uma nota amarga para o Vasco: a perda do atacante David, que sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior ao torcer o joelho esquerdo ainda no primeiro tempo da partida. Um episódio que amplia os desafios do cruz-maltino com lesões na temporada, que fazem a equipe ter que se reinventar constantemente.

David passou por exames ontem, que apontaram a gravidade da contusão. Ele passará por cirurgia e não volta a atuar nesta temporada, em problema que normalmente tem processo de recuperação de pelo menos oito meses.

“Começo de jogo, lance bobo que me tirou dos gramados por muitos meses. Mas no futebol não há tempo para lamentações. Agora é foco na recuperação!”, escreveu o camisa 7 em seu perfil no Instagram, agradecendo as mensagens de apoio.

Sem os pontas titulares

A perda de “DVD” é também a segunda lesão envolvendo os pontas titulares de Rafael Paiva. No início de setembro, Adson passou por cirurgia para tratar uma fratura por estresse na tíbia da perna direita, um problema que vinha prejudicando seu jogo por algum tempo. O prazo de afastamento do jogador, que vinha em crescente, era de 10 semanas. Ou seja: se retornar nesta temporada, só reforçará a equipe nas últimas semanas de campeonato.

A dupla está entre os 10 jogadores que mais atuaram pelo Vasco na temporada: David fez 40 jogos (31 como titular), marcou 7 gols e distribuiu 4 assistências. Já Adson fez 34 partidas (22 como titular), com 4 gols marcados e 1 assistência.

Mais do que os números, as perdas influenciaram no estilo de jogo da equipe. Adson funcionava como um híbrido entre um meia aberto e um ponta. Auxiliava o principal armador da equipe, que hoje tem uma responsabilidade mais pesada na criação, seja ele Payet ou Coutinho, que atuou como titular contra o Cruzeiro.

A ponta direita não tem um dono fixo. Rayan, Emerson Rodríguez e até o lateral Puma Rodríguez (em algumas ocasiões de jogo) já se revezaram por ali. Mas são jogadores que oferecem opções mais físicas, de finalização e velocidade do que criativas propriamente. O time ainda tem o suíço Maxime Dominguez, que soma poucos minutos e foi um reforço pensado para a posição, apesar de ter atuado mais pelo centro do campo enquanto esteve no futebol português.

Na esquerda, também haverá uma inevitável mudança de características somada a uma maior pressão pela rápida adaptação de Jean David. Enquanto David fazia uma função que envolvia o porte físico, carregando a bola com velocidade e vencendo disputas de corpo (além de oferecer bom chute da entrada da área), o reforço chileno, que já vinha ganhando espaço, é um ponta mais criativo, de drible curto e último passe mais próximo da grande área. Escalar o lateral Leandrinho mais avançado, como já fez na temporada, é outra opção de Paiva.

Paulinho e Jair sofreram a mesma lesão de David

Além da dupla de ataque, o Vasco vem convivendo com as lesões dos volantes Jair e Paulinho. Destaques da última temporada, a dupla se recupera do mesmo problema no ligamento cruzado anterior. Sofreram as contusões num espaço de sete dias, ainda durante a disputa do Campeonato Carioca, entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. Outros problemas físicos que obrigaram o time do Vasco, ainda sob o comando de Ramón Díaz, a mudar suas características, perdendo o dinamismo que havia construído pelo meio.

Quem está mais próximo de retornar é Jair, que viajou para Belo Horizonte para seguir treinando com o grupo, embora ainda não esteja liberado para os jogos. Ainda assim, Paiva pediu calma com a situação do atleta:

— A gente está feliz com o retorno do Jair. É muito querido pelo grupo, tem uma qualidade imensa, vai agregar muito. Precisamos também de paciência, está voltando, precisa de confiança nas ações. Já está treinando com grupo, treinou um período com volume mais baixo, vamos tentar não pular etapas. Vai ganhando ritmo de treino, vai agregar muito, só precisamos pensar quando vai ser. A gente não pode colocá-lo numa dificuldade como estão sendo os jogos agora.

Fonte: Globo Online