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No Vasco x Flu da final, decisão da simplicidade contra a explosão

Marrony faz da frieza uma arma. Foi assim que chegou à titularidade do Vasco esse ano: simples nos gestos, com a mesma objetividade e precisão com que marcou seus quatro gols na temporada. Já Luciano é explosivo. Marca território e impõe seu estilo extravagante com cinco gols, “cojones” na comemoração e desabafo na entrevista pós-jogo. São opostos e destaques de Vasco e Fluminense no jogo deste domingo, às 17h, pela final da Taça Guanabara.

De certa forma, eles espelham muito do que as equipes apresentam como personalidade neste começo de ano. A exuberância discreta de Marrony, boa revelação de São Januário, lembra a do próprio Vasco de Alberto Valentim no Campeonato Estadual: uma equipe segura na defesa, adepta da transição rápida para o ataque, com poucos toques e muita certeza do que quer.

— Estamos no caminho certo, pegando confiança a cada jogo. Isso é o mais importante — afirmou Marrony, de 20 anos, depois da semifinal contra o Resende.

Do outro lado estará Luciano, ousado como o próprio sistema de jogo de Fernando Diniz, que prega a ofensividade baseada na posse de bola a todo custo e a ocupação de espaços no campo de defesa do adversário. Tanto ele quanto as ideias do treinador passam por momento de afirmação. Contra o Flamengo, foram postos à prova diante de um adversário mais encorpado em termos de elenco. Venceram e o atacante de 25 anos não resistiu: deixou uma farpa não para o rival rubro-negro, mas sim para quem duvida do que Diniz e seus jogadores tentam colocar em prática no Fluminense.

— Futebol é 11 contra 11 e não quem investiu mais ou paga maior salário para jogador — disse.

No centro das diferenças entre Vasco e Fluminense está a importância que cada equipe dá à posse de bola. Os números das equipes no Campeonato Estadual refletem muito bem as propostas de jogo opostas.

O time de Alberto Valentim possui média de 52% de posse de bola, contra 65% da equipe de Fernando Diniz. Quando o clássico entre os dois aconteceu, o abismo ficou ainda maior: 69,6% para o Fluminense.

Ter a bola não dá garantia de resultado. Um exemplo: quem tem a melhor campanha no Estadual é o Vasco.

— Fernando Diniz trabalha muito bem a posse usando o Rodolfo (goleiro). Porque ele sabe que o adversário vai pressioná-lo. A posse de bola é muito discutida se vale a pena ou não — ressaltou Alberto Valentim.

Basicamente, quando tem a bola o Fluminense instiga o adversário a sair da defesa e o time tenta jogar nos espaços abertos por isso.

— Precisamos marcar ao máximo nossa fase defensiva — ensinou Valentim.

Sul fica com o Vasco

No sábado, uma reunião entre Fluminense, Vasco e Consórcio Maracanã encerrou a a polêmica quanto à posição das torcidas na arquibancada e definiu que o setor Sul do estádio será ocupado pela torcida cruz-maltina. A decisão não contou com a aprovação do presidente tricolor, Pedro Abad, que, contrariado, se absteve de votar.

Fonte: O Globo