Na torcida pelo Vasco, Travaglini elogia Dinamite e Ricardo Gomes
Na sua luta pelo título brasileiro, o Vasco passa hoje por um teste difícil, contra o Cruzeiro, às 21h50min, em São Januário.
O clássico já foi final de Campeonato Brasileiro: em 1974, o Gigante da Colina bateu os mineiros por 2 a 1 no Maracanã, gols de Ademir, aos 14 minutos do 1º tempo e Jorginho Carvoeiro, aos 31 minutos do 2º tempo, depois de um empate em 1 a 1 no Mineirão.
Em entrevista ao repórter Gustavo Penna, da Super Rádio Brasil, Mário Travaglini, técnico do Vasco à época, relembra aquela conquista, fala sobre Roberto Dinamite e sobre o Vasco e o Cruzeiro de hoje:
- Foi realmente uma coisa muito espetacular, muito marcante, porque eu havia saído daquela época do Fluminense. Estava aqui em São Paulo, fui para lá e indo para o Vasco, fui feliz em ganhar o campeonato de 74. Mesmo porque naquela época, e é bom que se diga isto, o número de clubes era muito maior do que é hoje, e o Vasco chegou em primeiro lugar na disputa do campeonato. Dos quatro, Vasco, Cruzeiro, Internacional e Santos, que ficaram no quadrangular. Ganhamos o quadrangular a ratificamos o título de campeão brasileiro. Essa foi a maior alegria.
Como era a presença de Dinamite dentro do grupo de jogadores?
- Eu tenho muito prazer e fico muito feliz, porque fui eu que lancei o Roberto dinamite, vendo um jogo decisivo de um campeonato juvenil ou júnior, que é hoje, entre flamengo e Vasco. O Zico jogava no Flamengo, o Dinamite jogava no Vasco. Eu fui ver o jogo, gostei do Dinamite. Ele tinha mais dois, três anos de júnior ainda, mas eu trouxe ele para treinar com os profissionais, acabei lançando o Dinamite e ele foi tudo o que foi. Fico muito feliz hoje de ele ser o Presidente do Vasco.
Fama de mexer no time sem mexer nas peças. Era assim mesmo?
- Era assim mesmo. Aí eu vou contar um detalhezinho que era o contrário. Na minha forma de dirigir a psicologia, eu fazia coisas no vestiário que acabamos virando muito jogo. Vou só contar uma história que foi ao contrário. Jogando com o CEUB, lá em Brasília, nós estávamos perdendo o jogo. A gente virou o jogo. Estava 3 a zero para o CEUB. Quando entramos para o vestiário, o que eu achei que devia fazer eu acabei fazendo. Fechei a porta, não falei nada, fiquei só olhando para os jogadores, eles fizeram o que tinha que fazer, e eu olhando, olhando... Passados os quinze minutos, eu chamei-os, abri a porta do vestiário e eles foram para o campo. Só a minha forma de tratar, de transmitir, o Vasco acabou ganhando o jogo, no segundo tempo de 4 a 3.
Quem é melhor hoje, Vasco ou Cruzeiro?
- Eu não tenho acompanhado muito. O Cruzeiro sempre esteve bem e é um clube de respeito. Você vê que está sempre disputando títulos, entrando em Libertadores. Agora, estou muito feliz com a recuperação do Vasco. O treinador do Vasco é uma pessoa com quem eu tenho muita amizade, muito carinho, muito respeito. Ele foi jogador de futebol, um grande quarto zagueiro, e ele com o Roberto, esse trabalho todo que ele tem feito, ele parece que moldou o Vasco da Gama de uma forma que joga e joga bem. Você vê taticamente no campo uma destruição muito boa e um carinho, uma força que ele passou para os jogadores que supera, eu acredito, esse jogo do Cruzeiro, embora o Cruzeiro também tenha um grande time, bem armado, bem estruturado, com grandes jogadores. Eu fico feliz pelo Vasco, sinceramente. Espero que o Vasco vença essa partida.
Palpite para o jogo:
- O palpite eu já dei. Eu adoro o Cruzeiro, mas estou torcendo para o Vasco e espero que ele vença, também.