Futebol

Médico do Vasco critica o uso de anti-inflamatórios no futebol

O médico ortopedista Alexandre Campello, com quase 30 anos de militância no futebol, adverte: os jogadores estão ano após ano mais dependentes dos antiinflamatórios.

Por isso ele não se surpreendeu com o caso do ex-volante Zé Elias, relatado na coluna de alguns dias atrás, que encerrou a carreira aos 32 anos, em 2008, com complicações renais causadas pelo uso abusivo dos remédios.

Pelo contrário, o tomou para a luta contra o uso indiscriminado de medicamentos que forjam a sensação de alívio e bem estar após os treinos e jogos.

_ É comum o atleta solicitar o uso injetável dos antiinflamatórios, alegando estar acostumado à ingestão da droga. Eles dizem: mas eu sempre fiz isso no meu clube, doutor -explica o médico do Vasco, crítico feroz do modelo comercial hoje aplicado ao futebol.

- Na busca da superação dos limites, os atletas de futebol estão sofrendo uma exigência cada vez maior. São cobrados para estarem aptos a suportar cargas de treinos e jogos cada vez mais estafantes.

Basta ver os treinamentos físicos: fizeram do jogador de futebol um animal de tração.

E o corpo humano não aguenta, principalmente com o curto tempo de recuperação entre os jogos.

\"Os técnicos, pressionados, não respeitam o tempo de recuperação e de readaptação física, e os jogadores, acuados, acabam fazendo uso de substâncias que, num primeiro momento, trazem a sensação do bem estar, depois a dependência e, com o passar do tempo, as agressões hepáticas\", conclui.

O tema me impressiona.

Principalmente, por conta da ignorância e do lado desumano daqueles que elaboram o calendário anual.

- Em se tratando de futebol brasileiro, será que algum destes homens se preocupou em conhecer o porquê de tantas lesões na temporada passada? - , indaga Campello.

Reforço o coro: será?

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