Futebol

Mário Américo Netto segue os passos do avô como massagista

Mário Américo nunca jogou bola, mas foi um dos personagens mais folclóricos do nosso futebol. O massagista esteve em sete Copas do Mundo ao lado da Seleção Brasileira (1950 a 1974) e cuidou dos maiores craques do país, o que lhe rendeu o apelido de massagista dos reis, entre eles Pelé, Garrincha, Zagallo e Ademir da Guia.Agora, Mário Américo Netto segue os passos do avô. Recém-formado em fisioterapia, ele acaba de retornar da Alemanha, onde foi fazer um estágio de um mês a convite do médico alemão Dieter Hochmuth, que há 30 anos viajou para o Brasil a fim de conhecer o famoso massagista da Seleção Brasileira e com ele acabou estabelecendo um forte laço de amizade.O neto conviveu apenas três anos com o avô, tempo suficiente para que tivesse um grande apego por ele e admirasse sua profissão.– Minha vó conta que ele me deixava ao lado dele o tempo todo. Seu sonho era que eu fosse torcedor da Portuguesa – conta Mário Américo, que realizou a vontade do avô.Torcedor declarado da Lusa, o discípulo ganhou a oportunidade de realizar um período de estágio no clube do coração. O avô passou pela Portuguesa na década de 50. Antes disso, trabalhou apenas nos cariocas Madureira e Vasco.O folclórico massagista não ficou famoso só pelo tricampeonato mundial. Mário Américo protagonizou diversas histórias que são lembradas até hoje (veja abaixo).Além de seguir a profissão, Mário Américo Netto também faz questão de não deixar a história de seu avô ficar no passado. Desde de 2010, ele percorre o Brasil com relíquias.– Realizo exposições sobre a vida dele com fotos, objetos e camisas. Quero que essas coisas rodem o Brasil até a Copa de 2014 - explica o futuro massagista.

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Bate-Bola - Mário Américo Netto - Em entrevista ao LANCENET!Como o seu avô Mário Américo se tornou massagista?Ele começou como pugilista. Em uma luta no Madureira, conheceu o médico Almir do Amaral, que o convenceu a largar o boxe. Ele contou que o massagista do clube ia se aposentar e lhe ofereceu aulas de Educação Física. Meu avô assumiu a vaga e se tornou a figura que conhecemos.Qual é a maior lembrança que você tem do seu avô?Tenho poucas, ele morreu quando eu tinha apenas três anos de idade. Mas minha avó conta que ele queria que eu fosse torcedor da Portuguesa (risos).Qual o seu maior sonho?Desejo seguir os passos do meu avô e deixar meu nome gravado na história do futebol. Já consegui o estágio na Portuguesa e já trabalhei na CBF Camp (torneio de futebol para crianças).LEMBRANÇAS\"Ele era uma pessoa magnífica! Gostava do que fazia. Todos os jogadores adoravam ele. Eu só tenho que agradecer a ele pelos tempos de Seleção\"Zagallo - Ex-ponta e ex-técnico da Seleção\"Foi merecedor da fama que tinha. O gozado era que quando colocávamos a mão em seu joelho, ele sentia cócegas e saia correndo.\" Emerson Leão - Ex-goleiro e ex-técnico da Seleção\"Sempre ajudava os novos jogadores que chegavam à Seleção, por já ter uma bagagem. Era uma pessoa muito brincalhona\"Ademir da Guia - Ex-meia da Seleção Brasileira\"As mãos de ouro. Era uma pessoa fantástica! Naquela época não havia tecnologia e ele recuperava o atleta com uma massagem mágica e forte\"Rivellino - Ex-meia da Seleção BrasileiraCasos folclóricos

Pombo-correioDurante os jogos da Seleção Brasileira, o treinador fazia um sinal para o atleta que, rapidamente, caia no chão fingindo alguma dor. Mário Américo entrava em campo correndo para atender o chamado, mas em vez disso levava informações do treinador para o time. Com o tempo, a técnica ficou famosa e a torcida adversária o vaiava quando entrava em campo.GarrinchaEm 1958, na Suécia, Mário Américo conveceu Garrincha a vender um rádio que acabara de comprar com o argumento de que não serviria no Brasil, pois só falava sueco. Américo ainda comprou pela metade do preço.Copa de 1962Na final da Copa de 1962, a pedido de Paulo Machado de Carvalho, Mário Américo roubou a bola da decisão contra a Tchecoslováquia. Intimado pela Fifa a devolver o objeto, ele entregou uma réplica e trouxe para o Brasil o \"\"troféu\"\" daquela Copa.Pai EduEm 1973, Mário Américo era massagista dos juízes e bandeirinhas, contratado pela Federação Paulista de Futebol. Em um jogo do Corinthians, no Pacaembu, ele entrou correndo no gramado todo de branco e foi confundido com o Pai Edu - pai de santo, que segundo diziam na época, ia fazer um trabalho de macumba.Líbero do VascoEm 1952, em uma partida entre Vasco e Fluminense, Mário Américo ao ver um atacante do Tricolor chegar próximo do gol para marcar, invadiu o gramado e deu uma gravata no atleta, impedindo que ele marcasse o gol.

Fonte: Lancenet!