Luto no Rio
Em 1958, quando o Brasil conquistou o seu primeiro título, autêntico divisor de águas na história do futebol penta mundial, os jogadores do Rio de Janeiro eram maioria na Seleção. Os cariocas orgulhavam-se dos espetáculos de seus grandes clubes nos domingos de festa no Maracanã.
Os tempos mudaram. O quase amadorismo perdeu o seu lugar.
Os nossos craques foram buscar a independência financeira no exterior. A Seleção Brasileira passou a jogar na Europa. A própria Fifa, e não se discute aqui por quais interesses, andou incentivando a criação de um novo modelo para a administração do futebol, abrindo espaço para um profissionalismo estrito, que varreu definitivamente do mapa antigos conceitos. Que já não admite o dirigente que faz do clube a extensão da sua casa ou do seu negócio, ou o jogador que prioriza o amor à camisa.
Os dirigentes do Rio custaram a perceber que o esquema de cinco décadas passadas perdeu-se no espaço. Quando ameaçaram fazê-lo, os clubes já começavam a ruir de podres, com todo tipo de dificuldade para adaptarem-se à nova ordem vigente.
A Federação, alegando que limita-se a cumprir o desejo dos filiados, o que - pior - em muitas ocasiões é fato, tratou de lavar as mãos, deixando que o barco navegasse à deriva.
Desadministração, desleixo e ineficiência, e não importa a seqüência, podem ser palavras corretas para explicar a trajetória que deixou os quatro gigantes - Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco - hoje adormecidos, fora das semifinais da Taça Rio. Alguém há de levantar uma voz para afirmar que a aparente recuperação do América e a ascensão dos pequenos são pontos positivos em meio ao caos, o que até procede, levando-se em conta que todos começaram a partir na direção contrária dos grandes, estruturando-se o suficiente para passar-lhes as pernas. Mas não há como disfarçar e lamentar a queda do quarteto. Muitos exemplos, aliás, poderiam explicar melhor tal decadência. Mas o episódio Romário, na semana que passou, é o bastante. O futebol carioca morreu. E agora será preciso, antes de tudo, ressuscitá-lo.
Mais Lidas
- 0 O 'plano B' de Pedrinho em caso de saída da 777 Partners do Vasco TOP
- 0 Rodrigo Capelo comenta andamento das negociações entre 777, Vasco e Crefisa TOP
- 0 777 já ofereceu a SAF a investidores, diz Lauro Jardim TOP
- 0 Nicola: 'Dono da Crefisa prepara proposta para comprar a SAF'; vídeo TOP
- 0 Vasco SAF segue planejamento para o segundo semestre; detalhes TOP
- 0 Advogados falam sobre consequências de ação do associativo do Vasco TOP
- 0 Vasco perto de anúncios importantes dentro e fora de campo; vídeo TOP
- 0 Álvaro Pacheco chega ao Vasco com cinco membros na sua comissão técnica TOP
- 0 Ex-Vasco, Fellipe Bastos é o novo comentarista da Globo
- 0 Vascaína vai à sede do Flamengo se despedir de Apolinho: 'Nosso amigo'