Luan volta ao palco do drama familiar
Quando pisar neste domingo no gramado do estádio Nilton Santos, o Engenhão, será inevitável reviver as lembranças daquele 22 de fevereiro de 2015. Luan vai reencontrar o palco de seu maior drama familiar: o dia em que marcou, de pênalti, o gol da vitória por 1 a 0 do Vasco no clássico contra o Fluminense, pelo Campeonato Carioca, e homenageou na comemoração seu primeiro filho que estava para nascer pouco antes de descobrir que sua esposa, Clarisse, havia acabado de perder o bebê durante o segundo mês de gestação. Da festa à tragédia, foi um baque e tanto para o zagueiro cruz-maltino de 22 anos.
Tanto que ele se reservou. Continuou indo aos treinos, mas evitou dar entrevistas nos dias posteriores. Apareceu nas redes sociais apenas para agradecer pelas mensagens de apoioque havia recebido. Prestes a voltar ao Engenhão para enfrentar de novo o Fluminense, desta vez pelo Campeonato Brasileiro, o defensor ainda mostra incômodo ao falar do assunto. Durante uma animada coletiva de imprensa na última terça-feira em São Januário, quando distribuiu sorrisos, tocar no tema foi o único momento em que o jogador ficou com o semblante fechado. Mas garantiu que o drama vivido está totalmente superado.
- Não gosto muito de falar sobre isso, é um assunto muito pessoal. Mas está totalmente superado, tenho uma cabeça muito boa, minha esposa também. Aquele foi um dia que vivi emoções muito distintas: fiz um gol, comemorei, depois cheguei em casa e tive essa notícia. Mas Deus sabe o que faz. Tenho certeza que Ele vai me recompensar lá na frente - afirmou.
Será a primeira vez que Vasco e Fluminense voltarão a se enfrentar no estádio - no primeiro turno do Brasileirão, com o rival como mandante, o duelo foi no Maracanã. O clássico retorna ao Engenhão por conta da briga entre as diretorias a respeito dos lados que suas torcidas ocupariam no Maracanã: o Flu tem contrato com o consórcio pelo lado direito, e o Vasco alega que o setor é um direito adquirido pela conquista do Carioca de 1950. Alheio às questões políticas, Luan evitou fazer comparações com a partida em que foi decisivo no estadual e brincou sobre quem poderia ser o novo herói vascaíno.
- É um jogo totalmente diferente, o campeonato diferente. O Engenhão é um lugar que fui feliz, fiz um bom jogo naquela ocasião, marcando gol. Espero que a gente saia com a vitória, com gol que seja até do Martin Silva (risos).
Para zagueiros, marcar gols não costuma ser rotina, mas Luan e Rodrigo viveram fases de artilheiro durante a campanha do título estadual. Só que agora, enquanto seu companheiro de posição vive a fartura, com direito a três gols nos últimos cinco jogos, o jovem de 22 anos convive com a seca.
Os gestos da bola na barriga e do dedão da mão na boca, simbolizando uma chupeta, eram a comemoração de seu primeiro gol em 2015 - e o segundo como profissional. Depois disso, balançou a rede contra Bangu, Nova Iguaçu e Volta Redonda, todos pelo Carioca, e desde então parou. Lá se vão quase sete meses, e o jogador admitiu a saudade.
- Estou com muita vontade de fazer um gol. Pessoal até brincou que gastei tudo no início do ano e que agora está faltando (risos). Mas daqui a pouco os gols vão surgir.
Vasco recebe o Fluminense neste domingo, às 18h (de Brasília), no Engenhão, pela 33ª rodada do Brasileirão. Restando seis jogos para o fim do campeonato, o Cruz-Maltino segue na lanterna, mas já reduziu a distância para o primeiro clube fora da zona de rebaixamento de 13 para quatro pontos. O time de Jorginho está há nove partidas invicto, mas vem de quatro empates seguidos.
Fonte: ge