Imprensa

Livro de Amaral, ex-Vasco será lançado no final do ano

\"Amaral

Amaral estava passeando de carro com o presidente do Perth Glory FC, da Austrália ao volante. Lá, o trânsito tem as mãos invertidas em relação ao Brasil. O motorista fica no banco dianteiro direito. O passageiro, no caso o jogador brasileiro, senta do lado esquerdo.

Os dois quase não conversam por causa do domínio precário de inglês do ex-funcionário de funerária em São Paulo. Tony Sage parou o carro no semáforo que estava com a luz vermelha. Ao seu lado, Amaral fica atento à mudança das cores, progressiva, que vem do vermelho, pisca cinco vezes no amarelo e passa para o verde.

Aí aconteceu.

“Eu fiquei ali distraído e esqueci que estava de carona. Quando o sinal ficou verde, não tive dúvida: meti a mão no câmbio e engatei pra frente. O carro deu um pulo e morreu. O homem tomou aquele susto”, conta Amaral que esqueceu um detalhe: ele não tinha pedais e nem sequer um volante na frente. “Pô, lá é tudo ao contrário e eu achei que estava dirigindo”.

Esta é uma das histórias que deverão fazer parte do livro que Amaral quer lançar no final do ano. Ele contou vários episódios engraçados de sua vida para o empresário Calucho Jamelli, que passou tudo para um computador e chegou a 60 páginas de rascunho que serão devidamente editadas pelo jornalista Mauro Beting.

A confusão em Perth ocorreu no ano passado, quando Amaral disputou a primeira temporada pelo time australiano. Depois de se recuperar de uma cirurgia no tendão do joelho direito, o volante voltou para a Austrália.

Vai disputar mais um campeonato nacional pelo Perth Glory FC. Estréia neste domingo, em casa, contra o Newcastle. Está em forma. Na avaliação física, o ex-jogador do Palmeiras mostrou ter um percentual de gordura de apenas 7%.

Aos 36 anos, ele já jogou no Parma (Itália), Benfica (Portugal), Fiorentina (Itália), Corinthians, Vasco e Grêmio. Jogou 244 partidas pelo Palmeiras. Marcou apenas um gol. Ganhou três títulos paulistas, dois brasileiros e um do Torneio Rio-São Paulo. Amaral participou da seleção brasileira.

Em todos esses lugares, além do trabalho que teve antes de se tornar jogador (assistente em uma funerária), Amaral colecionou histórias que conta e provoca risos.

Ele já levou metade do time do Palmeiras para comemorar uma vitória em Fortaleza na porta de uma loja de forro de assentos. “Eu passei de táxi na porta do lugar e estava escrito Forros de Primeira. Aí, depois do jogo, falei pros caras que tinha um forró legal pra gente ir. Fomos em táxis separados. Quando chegamos lá, foi aquele vexame”, lembra.

O livro conta também do dia em que, na Bolívia e ouvindo o técnico de sua equipe falar para o time ir devagar por causa da altitude, ele não teve dúvida: “Levantei a mão e pedi para falar. Aí, todo juvenil, falei que era só mandar que eu marcava o tal do altitude”.

Da Austrália, Amaral mantém o costume de dormir pouco. De madrugada, conversa com os amigos pela internet. Está feliz e disposto a jogar bem na atual temporada. No ano passado, em, entrevista para a tevê australiana, deixou claro que sua missão é roubar a bola e tocar para quem tem mais habilidade. “Esta é minha melhor qualidade”, disse.

Sem falar no dom de protagonizar e contar histórias engraçadas. “O livro está muito divertido. Ele tem cada uma…”, diz Calucho que também administra a carreira do jogador.

Fonte: Blog do Boleiro - Luciano Borges