Leia a entrevista coletiva de Adilson B., após a vitória sobre o freguês
O técnico Adílson Batista procurou manter a tranquilidade na entrevista coletiva após a partida contra o Fluminense, que assegurou a classificação cruz-maltina para a final do Campeonato Carioca de 2014, depois de dez anos sem disputar a decisão. Ele reconheceu o clima de rivalidade, a importância de uma vitória sobre o maior rival, o Flamengo, mas fez o possível para não deixar um possível clima de euforia ou ansiedade após a classificação ganhar espaço. Ressaltou que, antes de pensar no Flamengo, o time tem de se concentrar para a estreia na Copa do Brasil, contra o Resende, em Manaus, na próxima quinta-feira.
O comandante vascaíno só usou um tom mais incisivo ao comentar a falta de público no Maracanã. Na semifinal deste domingo, o clássico recebeu menos de 20 mil pagantes. Adílson Batista afirmou que é hora de rever a organização dos campeonatos regionais. Ele ainda brincou com o técnico rival, Jayme de Almeida, dizendo que já conseguiu a Taça Guanabara, é mais experiente e poderia deixar "os mais novos" vencerem.
- O Jayme já tem Taça Guanabara, já é experiente, deixa os mais novos ganharem (risos). É um grande profissional, vai ser um jogo acirrado, disputado e que vença o competente.
Confira a íntegra da coletiva de Adílson Batista:
Análise da classificação
Esse resultado foi sendo construído com treinamento, com dia a dia, respeito, dedicação, cobranças, até algumas divergências que acontecem no futebol, mas tinha consciência que poderia chegar. Fizemos por merecer, mostramos, nos jogos contra os grandes tivemos personalidade, então acho que foi merecido e tem de enaltecer a dedicação deles. Fizemos um ótimo primeiro tempo, bem controlado o jogo, bem conduzido. Numa bola aérea proporcionamos uma situação para eles. Foi um grande jogo. A gente até marcou um pouco atrás da linha da bola, ou do meio, chamando. A gente trabalhou bem a bola, rodou, o Fluminense se arriscou e proporcionou para a gente chances de definir que não aproveitamos. Acho que foi um jogo bem seguro.
Atuação do jovem Luan
Em 2013 era um momento de tensão, preocupação, ansiedade, a gente chegando, se conhecendo, mas demonstrou personalidade. Tinha acompanhado o Luan. A chegada do Rodrigo é importante, jogadores experientes, marcando jogadores que incomodam, o Wagner e o Fred, então tenho gostado muito das atuações deles.
Diego Renan
O Diego Renan a gente já conhecia, eu que o lancei no Cruzeiro, tem um trabalho excepcional de base. Sabia que seria importante, não só na lateral-esquerda, como no meio e na direita. Fomos mais ofensivos com a entrada dele, criou situações, dá assistências. No meio da semana temos o compromisso e o torcedor vascaíno estará presente.
Flu tentou jogar com o regulamento?
Não é que ele jogou fechado ou com o regulamento. O Vasco também se impôs. A gente deu liberdade aos laterais, colocou atacantes. A gente tem de reconhecer o trabalho. Às vezes você enfrenta equipes que te empurram, te proporcionam ficar mais atrás, então não acho que é só essa questão de o Fluminense jogar com o regulamento, tem de reconhecer o mérito também.
Sentimento após classificação
Satisfação, motivação, sabendo do respeito que existe do outro lado. Vamos jogar, ter personalidade, mostrar porque gostaríamos de vencer o campeonato. Valorizamos a competição, respeitamos a competição. Demos uma segurada somente em função do pouco tempo de preparação. Será um jogo duro, difícil, adversário tradicional, uma rivalidade que a gente conhece bem.
Posse de bola superior
Já no jogo passado também, controlando muito bem o jogo. Muito importante ter a bola, os riscos são menores. Muitos de nós não temos essa paciência, alguns não entendem quando se recua para o goleiro, mas eu até peço que faça isso. É um dado importante, mas não garante vitória. É bom controlar o jogo.
Edmílson decisivo
É um jogador importante, hoje teve uma participação efetiva, tentou fazer o trabalho de pivô e foi decisivo.
Possibilidade de título no início do ano
O Jayme já tem (título este ano), a Taça Guanabara, já é experiente, deixa os mais novos ganharem (risos). É um grande profissional, vai ser um jogo acirrado, disputado e que vença o competente.
Controle emocional
Para a torcida, desde 2003, existe uma ansiedade, aquela vontade de ganhar. Para todos nós sempre uma decisão mexe, é importante, marca o profissional, existe o reconhecimento. Tem de ter equilíbrio e dedicação. Acho importante, temos de ser equilibrados, conscientes, fazer o nosso trabalho como vem acontecendo, ter esse controle que é importante em uma decisão. O torcedor está apoiando. A rivalidade é saudável, a brincadeira, espero que não tenhamos violência, isso é o espírito do Campeonato Carioca.
Falta público
Agora até vocês estão vendo que os estaduais estao com pouca gente. Isso eu sempre alertei, desde que era jogador. Quem orgniza precisa rever. Na nossa função, muitas vezes não somos consultados, jogo toda hora, e aí o que a gente vê, um nível inferior ao que a gente acompanha no restodo mundo, à exceção da seleção. Hoje tem bastante gente enxergando isso, acho que quem organiza os estaduais precisa rever. Lamento, porque sempre vi o Maracanã cheio. Quem perdeu, perdeu um grande jogo na quinta, outro hoje, tv aberta, o cara gasta dinheiro para vir... Aí tem uma série de coisas, eu tenho de cumprir as minhas obrigações.
Copa do Brasil
Eu já estou pensando no Resende. Tenho um jogo na quinta, não estou desviando o foco, sei da importância da decisão, do rival, do que representa para nós. Amanhã alguns já vão trabalhar pensando no Resende. Vamos por etapas.
Jogo em Manaus
O Vasco tem a sua grandeza, a sua importância, a sua torcida espalhada pelo Brasil. Esperamos um grande público. A gente fez um jogo difícil contra o Resende do Aílton em São Januário. Então vamos encarar com seriedade.