Futebol

Lédio Carmona analisa Vasco x Cruzeiro

Talvez fosse o caso de resgatar aquelas assinaturas que apareciam na televisão após os gols nas Copas de 1982 e 1986. Era como se os jogadores firmassem a sua obra, orgulhosos, em meio aos abraços pela bola que estava na rede. A vitória do Cruzeiro em São Januário merece o autógrafo de Joel Santana.

Quem assistiu o primeiro tempo, viu o Vasco jogando e o Cruzeiro fechado. Só Éder Luís, em dois lances que avançou a dribles, furou a retranca. Concluiu mal no primeiro, adiantou a bola no segundo, desperdícios imperdoáveis. Afinal, é o que Joel faz nessas ocasiões: cansa o adversário, cede uma liberdade vigiada e busca a brecha. A vitória foi mais personalíssima ainda porque o primeiro gol veio em uma cabeçada de Leandro Guerreiro, um jogador obediente, persistente, com a cara de Joel.

Pronto, o jogo estava definitivamente desenhado para o Cruzeiro. Claro que a tática pode dar errado. Diego Souza quase empatou de cabeça, mas Fábio está lá pra isso mesmo. O contra-ataque esperado veio qualificado pelo talento de Montillo, que riscou Dedé com uma caneta e concluiu com a categoria de sempre. De pênalti, Roger passou a régua e fechou a conta.

O Cruzeiro, que não conseguia vencer, tem 100% de aproveitamento nas mãos de Joel Santana. E vencer o bom time do Vasco em São Januário não é para qualquer um. É preciso equilibrar marcação e contra-ataque. É preciso induzir o adversário ao erro e matar o jogo quando a chance aparece. Foi o que o Cruzeiro fez e por isso volta pra casa com uma vitória que tem muito, mas muito mesmo, o jeito de Joel.

Fonte: Blog de Lédio Carmona - SporTV