Futebol

Juninho por pouco não deixou o Vasco em 1995

Em 1995, o atacante Leonardo foi a grande contratação do Vasco para a disputa do Campeonato Brasileiro daquele ano. Aquela negociação com o Sport também envolveu o meia Juninho, menos famoso na ocasião. Por obra do destino, o contrapeso desse acordo se tornaria um dos maiores ídolos recentes da equipe cruz-maltina. O que poucos sabem é que o reinado do meia na Colina por pouco não durou apenas seis meses. Pelo menos foi o que revelou o principal reforço da época.

A contratação de Leonardo e Juninho custou ao Vasco R$ 3 milhões. No início da negociação, em agosto, o clube de São Januário desembolsou metade do valor, deixando o restante para o fim do ano.

No entanto, na data da segunda parcela, os dirigentes vascaínos não conseguiram quitar a dívida e o Sport pediu o retorno de um dos jogadores negociados.

– Como estava em evidência, o Sport pediu para que eu voltasse. O Juninho me implorou para ser ele e até chorou para mim. Não tínhamos conseguido nos adaptar ao Vasco no início. Só que o Sport já estava contando com o meu retorno, pois eles já estavam me negociando com o Corinthians – disse Leonardo.

De acordo com o ex-jogador, o então vice-presidente de futebol, Eurico Miranda, também optou pela permanência de Leonardo, mas o Sport não quis conversa. Pouco tempo depois, Juninho conseguiu se adaptar à Colina. Além disso, ele fez parte de uma geração vitoriosa, que começou com a conquista do Brasileiro de 97.

Além disso, o meia foi um dos heróis do título da Libertadores, com o gol de falta contra o River Plate (ARG), na semifinal da competição.

– Ali, cheguei a pensar que poderia ter sido eu. Mas cada um segue um caminho e não me arrependo das escolhas que fiz. Sou amigo do Juninho até hoje e fico feliz pela carreira que ele construiu – destacou.

Bate-Bola com Leonardo, ex-Vasco

Você ainda tem contato com o Juninho Pernambucano?


Até hoje nos falamos. Volta e meia, conversamos por e-mail.

Você se arrepende de ter voltado para o Sport no fim de 1995?


Eu tive a minha oportunidade. Se tivesse de tomar esta decisão hoje, não sairia do Vasco. O clube foi campeão brasileiro e depois, da Libertadores. Mas quem teve esta oportunidade foi o Juninho e ele mereceu tudo que conquistou com a camisa do clube. Se tivesse ficado em São Januário, talvez pudesse ter ido tão longe na minha carreira quanto ele foi.

Mas depois você teve oportunidades em outros clubes grandes do Brasil. Por que você não conseguiu se firmar como ele?

Ele tinha uma base familiar muito forte e isso o ajudou muito. Quando cheguei ao Rio, não tinha ninguém ao meu lado para me ajudar. Joguei a Libertadores de 1996 pelo Corinthians e fui artilheiro do time, mas só consegui ter uma idolatria mesmo no Sport, que foi o clube no qual passei mais tempo e fiz mais gols (133 na carreira).

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance