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Juninho Pernambucano e o fardo da idolatria

As declarações de Juninho Pernambucano no Programa Bem Amigos, de Galvão Bueno e sua turma, no Sportv, trouxeram desânimo e desgosto a vascaínos que contavam com o retorno do Reizinho a São Januário ainda este ano.

Frio, extremamente profissional, o ídolo foi respeitoso com o clube que o projetou para o cenário internacional.

Mas não demonstrou ter sido tocado emocionalmente pela idolatria.  

Juninho virou cântico da torcida, seus feitos com a camisa do Vasco ganharam ares mitológicos e seu retorno ao clube virou quase uma obsessão.

O problema é que, aos 34 anos, sete vividos no futebol francês, Juninho não tem mais a gana de antes e o prazer de desafiar seus limites.

Pelo contrário.

Agora, mais cerebral, com filhos na adolescência, o jogador não troca o padrão de vida europeu pela missão de conduzir o Vasco de volta à Série A.

Mais, até, do que isso: teme não ter as forças do super-herói que os vascaínos idealizam.  

Trocando em miúdos: Juninho não quer arranhar o pedestal que o sustenta no trono imaginário de uma torcida carente.

Para que pôr à prova uma relação que já se supõe eterna?

Enfim, os vascaínos precisam entender e respeitar a decisão do jogador.

Sobretudo, por saber que nem todos os heróis estão preparados para carregar por toda a vida o fardo de uma idolatria.

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