Jornalista opina sobre fase crítica dos cariocas no Campeonato Brasileiro
Tenho um amigo, sociólogo, que manda a Sociologia para o espaço sempre que o assunto é futebol. Pois foi dele que ouvi que os times cariocas estão vivendo, no Campeonato Brasileiro, "uma fase amaldiçoada". Não acredito em maldições, mas o amigo - que também não acredita, como sociólogo - treme diante de uma, como torcedor.
Os quatro times cariocas, todos eles, passam por uma fase no mínimo crítica. Não direi "amaldiçoada", por mais que haja argumentação denunciando coisas realmente estranhas no mundo da bola. Por exemplo, no Flamengo. Todo muito sabia que, embora tivesse razão de optar por uma política cautelosa, de contenção, para o ano de 2013, a nova diretoria do rubro-negra teria de enfrentar a justa impaciência do torcedor. Este, seja lá qual for o grau de sua paixão, quer vitórias. Às favas com a situação financeira do clube. Nada, nem cofres cheios, justificam a existência de um time perdedor. Há quem culpe a nova diretoria pela má escolha de um incompetente gestor, Paulo Pelaipe, e sequer admite que o time, quase todo o time, é tão incompetente quanto. Nada de estranho nisso. Nem na constante mudança de técnicos, única solução emergencial a que os clubes brasileiros recorrem em tempos de crise. Estranho, mesmo, foi o gesto de Mano Menezes, que pulou fora da luta para não macular seu prestígio e só ganhou com isso mais desprestígio. Imperdoável a atitude do técnico (e dizer que era a ele que a seleção brasileira estava entregue para a Copa do Mundo). A covardia de Mano, sim, tem cara, jeito e gosto de maldição.
E o Vasco da Gama, agora integrando o quarteto da morte? Será que o tradicional clube cruzmaltino vai ter a segunda queda sob a presidência de Roberto Dinamite? É possível. Possível, mas lamentável para uma torcida tão grande e apaixonada como a do Vasco. Maldição? Será o acordo que estão tentando promover entre Roberto e Eurico Miranda, como se ela pudesse salvar a pátria vascaína. Eurico Miranda de volta? Nenhum clube do mundo merece tal castigo.
O presidente do Fluminense vive de cabelo em pé com as dívidas públicas que o clube vem acumulando há anos, má administração atrás de má administração. Só mesmo o perdão destas dívidas (imoralidade que vem sendo cogitada por gente de cima) poderia fazer Peter Siemsen voltar a se concentrar no time que também vai mal no Campeonato Brasileiro. Consta que ele já voltou a se entender com Celso Barros, da Unimed, e que isso abre melhores perspectivas para 2014. Mas 2013, nas Laranjeiras, já está perdido. Time ruim, técnico ruim, campanha ruim, como se a maldição baixasse também sobre o campeoníssimo de 2012.
E o que dizer do Botafogo? Como explicar que, em cinco dias, o time que sonhava com o título de campeão transformou-se numa sombra ameaçada de sequer manter-se no G4? Tudo mudou sob as luzes da estrela solitária. O time vencedor perdeu dois jogos com cara de decisão. Ao que parece, começa a descer a ladeira. Seedorf, craque, líder, ídolo, de amado passou a contestado. Pelo futebol e pela jeito autoritário, arrogante que, dizem, vem incomodando os companheiros. Os botafoguenses... estes, como o amigo sociólogo, acreditam em maldição.
Fonte: Blog do João Máximo-ESPNMais lidas
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