Futebol

Jornalista elogia base vascaína e fala em 'geração muito promissora'

Comentei nesta quinta-feira para o Sportv o duelo entre Grêmio e Vasco, pelo Brasileiro sub-29. A primeira fase ainda está no início - dois grupos de 10 times, os quatro primeiros de cada avançam à fase eliminatória. Os dois gigantes fazem temporada muito parecida: ambos eliminados na Copa São Paulo nos mata-matas, ambos muito bem no Estaduais, e até a bola rolar, ambos com a mesma pontuação nas duas primeiras colocações do Grupo B. Assim, mesmo com o jogo sendo em Porto Alegre, não havia favorito. E o resultado confirmou: vitória do Vasco por 1 a 0, e uma geração que há pouco tinha Andrey, Gabriel Pec e Figueiredo (todos já promovidos) e agora destaca o goleiro Cadu, Pimentel, Barros , Tavares, Eguinaldo, entre outros. O Grêmio também tem promessas, como Kauan Kelvin, mas não jogou bem e mereceu perder.

Antes de a bola rolar, tive uma enorme alegria ao rever o técnico gremista Luiz Eduardo. Tivemos uma ótima convivência diária em 1993, quando ele era zagueiro do Fluminense e eu setorista do clube pelo Jornal do Brasil. Um gentleman, sempre tranquilo, ouvindo mais do que falando, com um humor ferino. Seu time fez 18 jogos em 2022, teve duas derrotas na Copinha (XV de Jaú e Novorizontino, este eliminando o Tricolor), e no Campeonato Gaúcho está invicto com uma média de gols superior a 4 por jogo - sempre situando que o nível dos estaduais não é o mesmo do Brasileiro.

Já o Vasco fez 23 jogos até o duelo com o Grêmio, com apenas uma derrota, para o São Paulo, quando saiu da Copinha. No Carioca, venceu a Taça Guanabara de maneira invicta e saiu na frente do Botafogo no primeiro jogo da semifinal. O time do técnico Igor Guerra vive uma transição já que alguns nomes que iniciaram a temporada já foram puxados para o time de cima. Isso explica um pouco a demora de o time "entrar em campo" contra o Grêmio. Os gaúchos tiveram duas situações claras em menos de 8 minutos - numa delas o lateral vascaíno Hygor salvou em cima da linha

Mas aos poucos o Vasco começou a colocar a bola no chão e seus meias a se movimentarem com enorme sincronia. O Grêmio passou a apresentar problemas, Pedro Cuiabá e Hiago se confundiam com a movimentação vascaína, abriram muito espaço até a própria zaga e não conseguiam sequer cobrir a entrada da área. Depois de perder duas chances, o Vasco chegou ao seu gol aos 27 minutos. Eguinaldo, que não vinha atuando de início no Brasileiro (mas que no Estadual brilha com 11 gols), fez boa jogada pela esquerda e rolou (na área, desmarcada pelo Grêmio) para Barros chapear e mandar para as redes. O Vasco ainda perderia boas situações em que errou no último passe, e o 1 a 0 acabou sendo um lucro para o Grêmio no primeiro tempo.

No intervalo, Luiz Eduardo ajustou o sistema defensivo. Puxou Pedro Cuiabá para mais perto da sua zaga, onde recebia com mais segurança e dava uma saída de jogo de qualidade ao time. A melhora se refletiu ainda no controle das ações no meio-campo. O Vasco, que ataca muito melhor do que defende, não conseguia fazer a bola chegar ao ataque. As entradas de Zinho e Pedro Clemente deu ao Grêmio força ofensiva, e o time teve algumas boas situações de gol, que acabaram esbarrando no brilhante e promissor goleiro Cadu.

Na medida em que não sofreu o gol, o Vasco foi recuperando a confiança e, com os rápidos Juan e Roger em campo, conseguiu três contra-ataques nos quais poderia ter matado o jogo antecipadamente. Mas seguiu-se apenas a famosa trocação até o fim da partida. O Grêmio mostrou valentia e certa qualidade que podem lhe dar um bom futuro na competição. Já o Vasco vai a cada se habilitando a pensar no título. E, principalmente, vendo surgir mais uma geração à altura de suas melhores tradições na formação de craques.

Fonte: Coluna Ricardo Gonzalez - ge