Jorginho diz que time aguentou pressão rival e reforça que fica no Vasco
O ponto de interrogação que estava na cabeça do torcedor do Vasco está desfeito. Jorginho, enfim, é exclamação. É a certeza de que não sai de onde está. Da frieza de notas oficiais - do clube, em nome do presidente Eurico Miranda - e do próprio treinador - através da assessoria em curto texto da manhã deste domingo - para o "fico" de Jorginho havia uma final. E deu Vasco na primeira partida da decisão do Campeonato Carioca de 2016. Tal qual 2015, pelo mesmo placar: 1 a 0. Desta vez, o gol foi de Jorge Henrique. Com empate na segunda partida o time de São Januário levanta o bicampeonato estadual - de maneira invicta desta vez, o que não acontece desde 1992.
Além de dizer que sonha ter continuidade no Vasco - apesar do interesse e da alta proposta do Cruzeiro -, Jorginho foi sincero ao dizer que o time conseguiu suportar a pressão do Botafogo no início da partida. Os alvinegros, com forte marcação, conseguiram chegar mais na frente e criaram dificuldades para o sistema defensivo vascaíno.
- Eu acho que realmente o Botafogo fez uma pressão muito grande desde o início da partida. Sabemos como a equipe deles se comporta, o contra-ataque deles é mortal. Não tivemos o controle necessário no primeiro tempo. No segundo tempo, conseguimos manter a posse de bola necessária. A equipe melhorou diante do gol e da expulsão. Se tivéssemos tido um pouco mais de calma, com certeza chegaríamos ao segundo gol e talvez até aumentar o placar. O Botafogo é uma equipe que merece estar na final. Tudo o que acontecer na semana que vem, independentemente de qualquer situação, são equipes que merecem - disse o treinador.
Desta vez, o treinador foi enfático ao dizer que permanece em São Januário. Embora aparente um pouco de incômodo ao tratar do tema, ele reforçou que segue no clube:
- Meu presidente já se manifestou. Minha assessoria também. Eu nunca declarei nenhuma outra situação em todo esse período. Espero manter assim. O que eu quero realmente é dar continuidade àquilo que venho construindo no Vasco nos últimos oito meses. Sempre sonhei com isso. Manter uma sequência em um time grande - afirmou Jorginho.
No próximo domingo, dia 8 de maio, também no Maracanã, Vasco e Botafogo fazem o jogo final da decisão do Campeonato Carioca. O Cruz-Maltino, por ter vencido por 1 a 0, com gol de Jorge Henrique, pode empatar que leva o bicampeonato estadual.
Confira abaixo a íntegra da coletiva de imprensa do treinador do Vasco:
A vantagem
Não lamento (não ter feito mais um gol com homem a mais). Estou satisfeito com a vitória. Isso nos dá uma pequena, mas preciosa vantagem. O desejo era de ampliar a vantagem. Não foi possível, mas temos essa pequena vantagem do empate.
Posse de bola
Nós fizemos algumas situações que não são comuns à nossa equipe. O que mais precisávamos era que os jogadores criassem a linha de passe, não se escondessem atrás do nosso adversário. Em alguns momentos, fizemos ligações diretas. Eles têm uma zaga muito alta. Minha preocupação maior é o Ribamar. Sofremos um pouquinho. Mas se mantivéssemos a posse de bola, o Botafogo não conseguiria tomar da gente.
Conter a euforia para o segundo confronto
Nenhuma euforia. Não vai acontecer isso. Sabemos do perigo que nós temos. Contra quem jogaremos, uma equipe extremamente determinada, muito bem treinada pelo Ricardo Gomes. Sabemos que para chegarmos ao sucesso, temos que estar concentrados a partir de hoje. Falei para eles que essa tem que ser a melhor semana para eles em relação à alimentação, ao descanso. Equipe convicta do que quer.
Postura do treinador antes da decisão
Sendo exemplo para os meus atletas, mantendo a humildade e simplicidade. Concentrado em todos os momentos. É o que eu vou fazer. Não fazer nenhuma estripulia. Gosto de ir ao cinema, de ler a Bíblia. Manter meus jogadores focados e concentrados, e principalmente respeitando o nosso adversário e esse momento.
Experiência do Vasco x juventude do Botafogo
Não tenha dúvidas que a equipe deles pela juventude é muito veloz. Jogadores de extrema velocidade, isso pode ser um trunfo para eles. Não perdemos na condição física. Apesar de termos jogadores experientes, estão bem fisicamente. Jorge Henrique saiu porque tomou uma pancada. Minha equipe, apesar de ser uma equipe com uma faixa etária mais alta, se iguala muito bem na questão da parte física. A experiência conta, muitos jogadores já viveram esse momento. Isso vai ser importante para nós.
Volume de jogo adversário
Eles tiveram mais volume de jogo, não que tiveram tantas oportunidades assim. No primeiro tempo, foi fundamental a experiência de alguns jogadores. O Martín é excepcional. O jeito que ele sai e protege. Fez uma defesa importante. Às vezes não estamos tão bem, mas conseguimos compensar com garra, com luta.
Martín Silva
O Martín é realmente um dos maiores goleiros com quem eu trabalhei. A frieza dele, o compromisso que ele tem com o objetivo do grupo. Ele percebe detalhes que muitos não percebem. É um jogador fundamental para nós que demonstra em cada momento a frieza necessária. É aquele estilo uruguaio mesmo. Que leva os jogadores ao seu ápice. É muito bom contar com um jogador desse nível.
Entrada do Pikachu
Não estávamos conseguindo encaixar a marcação com os dois volantes dele. Com a entrada do Pikachu, isso facilitou, ele tem uma mobilidade muito grande. Temos sempre preocupação quando fazemos essa troca, mas conseguimos encaixar melhor ainda. Conseguiu dar pressão na bola. Começamos a ter um controle melhor do jogo.
Carinho do torcedor no "fico"
Eu quero agradecer ao torcedor vascaíno pelo carinho, pelo respeito. Sabemos que eles são passionais, aquela coisa do momento, da vitória, da derrota. Eu tenho recebido muito carinho e respeito por parte deles, inclusive de torcedores dos nossos maiores rivais. É impressionante como eles vêm me parabenizando por esse período. Acredito que ninguém consegue chegar a seis meses de invencibilidade se o trabalho não é sério, não é humilde. Fazemos isso por nós, por nossa família, mas fazemos também pelo torcedor. Quero construir uma linda e longa história no Vasco da Gama.