Futebol

Joel exalta Kleber e compara jogador a Almir Pernambuquinho

Um dos técnicos mais velho em atividade no Brasil - Luiz Felipe Scolari, também de 65 anos, é um mês e alguns  mais experiente" que Joel -, o treinador vascaíno gosta de contar histórias e fazer referências antigas para comentar casos do futebol atual. Em defesa do atacante Kleber, que está suspenso novamente, agora pelo terceiro cartão amarelo, Joel disse que é de jogador com esse estilo que ele gosta. Quando foi buscar na memória um atleta de estilo semelhante ao do Gladiador, houve uma tentativa de ajuda para lembrá-lo de Edmundo.

- Não, Edmundo, não. Ele me lembra o Almir, Almir Pernambuquinho. Nós tivemos um igual a ele (Kleber). Era brigão, marrentinho, baixinho, e baixinho só gosta de arrumar briga ruim (risos). Mas é de jogador assim que eu gosto. O Kleber é um jogador super profissional, muito interessado, que treina à beça e é invocado, encardido mesmo - disse o técnico.

Kleber fez quatro gols com a camisa do Vasco até agora. Três na Série B e um na Copa do Brasil. A estatística se repete com o número de cartões - quatro no total. O atacante acabou de cumprir suspensão por duas partidas por ato hostil denunciado no STJD  - ainda há outro caso semelhante que vai para o Pleno do tribunal -, mas mal retornou contra o Luverdense e foi novamente suspenso, pelo terceiro cartão amarelo.

Mas perto de Almir, Kleber é um santo. Nascido em Recife em 28 de outubro de 1937, Almir Morais de Albuquerque é considerado um dos primeiros bad boys do futebol brasileiro. Craque do Vasco do fim dos anos 1950, ele foi campeão estadual em 1958 e passou ainda por Santos, onde foi campeão mundial, Corinthians, Boca Juniors, Fiorentina, Genoa e no Flamengo, onde protagonizou uma batalha campal na final contra o Bangu, além do América, onde encerrou a carreira.

A vida de Almir Pernambuquinho acabou tragicamente em outra confusão. Em 6 de fevereiro de 1973, ele foi assassinado depois de uma confusão num bar em Copacabana. Almir saiu em defesa de um grupo de dançarinos que estava sendo ofendido no botequim e levou a pior, junto com outro amigo, que também morreu a tiros no local.

Joel disse que Kleber mostrou muita vontade de ajudar o grupo nos primeiros contatos que tiveram. O técnico viu uma personalidade mais pacata do atleta fora de campo. Reparou que não é de falar muito, que "fica na dele". Kleber retorna para o jogo da próxima terça-feira em Manaus, contra o Oeste, na Arena da Amazônia. Se dependesse de Kleber, contou o treinador, ele já viajava logo.

- Falei com ele: "você está com vontade de viajar?" Ele disse que já ia pegar a bolsa dele. É esse tipo de jogador que eu quero. Que não se satisfaz com resultado negativo. Tem que ser brigão, guerreiro, macho - reforçou Joel.

Fonte: ge